Um novo estudo comparou duas técnicas de esterilização em cadelas e concluiu que a cirurgia realizada por laparoscopia apresenta menos complicações após a operação do que a cirurgia tradicional.
A investigação analisou 519 cadelas esterilizadas em quatro clínicas do Reino Unido e comparou a ovariectomia laparoscópica com a ovariohisterectomia aberta. Ambas as técnicas são utilizadas para impedir a reprodução, mas diferem no modo como são realizadas: a laparoscopia é feita através de pequenas incisões, enquanto a cirurgia aberta exige um corte maior no abdómen.
Os resultados mostraram que apenas 16% das cadelas submetidas à laparoscopia apresentaram vermelhidão ou inflamação da ferida, contra 36% no caso da cirurgia aberta.
A análise também concluiu que as complicações durante a operação foram semelhantes (2% na laparoscopia e 3% na cirurgia aberta). No período após a operação, registaram-se problemas em apenas 0,5% dos casos de laparoscopia e em 1% das cirurgias abertas. Além disso, os comportamentos de mal-estar, como falta de apetite ou lamber a ferida, também foram menos frequentes na laparoscopia.
“As conclusões somam-se a um crescente corpo de evidências que sugerem que as complicações pós-operatórias, incluindo as ligadas à cicatrização de feridas e que exigem intervenção veterinária adicional, são menores nas cirurgias laparoscópicas do que nas abertas em cadelas esterilizadas por veterinários experientes”, afirmaram os autores do estudo.
A autora principal, Rachel Moxon, também reforçou que “os resultados são do interesse dos veterinários, mas também dos próprios tutores, assim como outras pessoas que tenham de decidir sobre a esterilização das suas cadelas. Compreender os riscos cirúrgicos é um fator importante, e a tomada de decisões torna-se mais fácil quando é assente em evidência”.
Segundo os investigadores, este é o primeiro estudo que compara, de forma direta, os resultados das duas técnicas mais comuns de esterilização em cadelas no Reino Unido.

iStock
