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Comportamento calmo dos tutores facilita adaptação dos cachorros à solidão, concluiu estudo

Comportamento calmo dos tutores facilita adaptação dos cachorros à solidão, concluiu estudo iStock

Uma nova investigação do Royal Veterinary College (RVC), realizada em colaboração com a Dogs Trust, concluiu que orientar os tutores a adotarem comportamentos calmos ao sair e regressar a casa ajuda os cachorros a adaptarem-se melhor a ficarem sozinhos.

De acordo com os investigadores, as conclusões oferecem pistas relevantes para veterinários, treinadores de cães e novos tutores, contribuindo para prevenir problemas de comportamento associados à separação.

 

Os comportamentos relacionados com separação, tais como ladrar, destruir objetos ou urinar em casa, afetam cerca de metade dos cães e são frequentemente sinais de stress, medo ou frustração. Nos casos mais graves, podem mesmo levar ao abandono ou à eutanásia. Apesar da sua prevalência, ainda se sabe pouco sobre as melhores estratégias preventivas, o que motivou este estudo.

A equipa acompanhou 34 novos tutores antes de levarem os cachorros para casa. Cada um recebeu um de quatro conjuntos de recomendações: cuidados gerais (grupo de controlo); cuidados gerais mais orientações para partidas e reencontros calmos; cuidados gerais mais treino de habituação gradual a ficar sozinho; ou a combinação dos três tipos de aconselhamento.

 

Durante os primeiros seis meses, os tutores filmaram os cães em momentos-chave, nomeadamente o início da primeira semana, final da segunda semana, três meses e seis meses. Aos três meses, participaram num teste de separação supervisionado. As gravações permitiram avaliar sinais de ansiedade ou relaxamento, como descanso, brincadeira, vocalizações ou comportamentos subtis de stress.

Embora não tenham sido detetadas diferenças significativas em todos os indicadores estudados, surgiram padrões consistentes que demonstram o impacto positivo de uma preparação adequada.

 

Assim, a investigação concluiu que, cachorros cujos tutores receberam orientações para saídas e regressos a casa calmos, passaram mais tempo a descansar quando deixados sozinhos, sugerindo maior relaxamento.

O treino gradual de tolerância à separação aumentou o tempo de descanso no teste supervisionado, reduzindo sinais de ansiedade.

 

Cachorros habituados, de forma gradual, e deixados com snacks de longa duração mostraram menos comportamentos passivos de stress, incluindo bocejos, lamber os lábios e fixar a porta.

Por sua vez, a análise também demonstrou que cachorros deixados com outro cão apresentaram menos sinais passivos de ansiedade do que os deixados completamente sozinhos.

Ligar a televisão ou a rádio aumentou sinais de ansiedade e reduziu comportamentos positivos, como comer e brincar, o oposto do efeito calmante frequentemente assumido, concluiu o estudo.

 

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