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Médicos Veterinários

Estratégias de equipa e fatores humanos são chave para gerir emergências em veterinária

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A importância de compreender os fatores humanos e de promover o apoio entre os membros da equipa em momentos críticos esteve em destaque numa sessão do BSAVA Congress and Expo 2025, dedicada à gestão de emergências em ambiente veterinário.

Na sessão, intitulada “999 Dicas na Linha da Frente”, Sophie Gilbert, médica veterinária, e Stevie-Leigh Egerton, gestora clínica de enfermagem, partilharam conselhos práticos e estratégias que podem ser implementadas por toda a equipa veterinária para melhorar o desempenho em situações de pressão.

 

As responsáveis referiram que a preparação é essencial para reduzir o stress, melhorar a tomada de decisões, poupar tempo e, sobretudo, salvar vidas. Entre as boas práticas destacaram a criação de zonas específicas de emergência com kits prontos a usar, listas de verificação de material, ajudas cognitivas ou visuais (como tabelas de dosagem de medicamentos), treinos regulares em protocolos clínicos, simulações e sessões de debriefing.

Durante a triagem, as responsáveis veterinárias aconselharam o uso de fluxogramas e perguntas orientadoras, tanto em chamadas telefónicas como na receção de casos urgentes, além da escuta ativa para identificar sinais clínicos graves (como dificuldade respiratória, hemorragias contínuas ou traumas).

 

Já com o paciente na clínica, recomendaram a realização rápida de uma avaliação primária, com recolha de sinais vitais antes da estabilização. Além disso, frisaram que as anomalias respiratórias devem ser imediatamente tratadas com oxigenoterapia, sendo igualmente avaliada a frequência e qualidade do pulso, coloração das mucosas, locomoção e estado mental. Também a colocação de acesso intravenoso pode ser aproveitada para recolher sangue, explicam as profissionais.

Sophie Gilbert acrescentou ainda que, no momento da estabilização, a regra de ouro é manter a simplicidade, agir com base na informação disponível e partilhar com a equipa de enfermagem os limites de intervenção. A par disso, destacou ainda a importância de medidas simples, mas eficazes, como a redução do stress, o controlo da dor, a oxigenoterapia e o controlo térmico.

 

A comunicação com os tutores também foi abordada por Stevie-Leigh Egerton, que reforçou a necessidade de conversas estruturadas, em ambiente calmo e privado, explicando que a comunicação deve ser empática, clara, e transmitida em etapas, confirmando sempre o entendimento do tutor e registando decisões como a autorização ou não de reanimação.

No plano emocional, Sophie Gilbert alertou para os desafios de trabalhar sob pressão e a forma como conflitos de equipa podem afetar diretamente o desfecho clínico. A responsável veterinária sublinhou a importância de um modelo mental partilhado, ou seja, a existência de um entendimento comum sobre o problema, o plano de ação e o progresso.

 

 

 

 

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