Uma investigação, conduzida pelo Royal Veterinary College (RVC), concluiu que poldros de puro-sangue inglês que passem mais tempo em pastagens amplas nos primeiros seis meses de vida, e que são desmamados mais tarde, têm maior probabilidade de competir em corridas, participar mais vezes e conquistar prémios monetários mais elevados.
O estudo, publicado na Equine Veterinary Journal, é o primeiro no Reino Unido a avaliar de forma abrangente, em contexto de campo, o impacto das exposições precoces — nomeadamente exercício e tempo de pasto — no desempenho futuro destes cavalos.
As conclusões oferecem orientações práticas para as explorações dedicadas à criação e reprodução de cavalos de raça, ajudando a maximizar o potencial atlético dos animais e alinhando-se com a estratégia do Horse Welfare Board para o bem-estar dos cavalos de corrida.
A equipa acompanhou 129 poldros nascidos em 2019 e 2020 em seis explorações britânicas, monitorizando-os desde o nascimento até ao treino. Foram recolhidos dados sobre a saúde e gestão das éguas durante a gestação, bem como registos diários da evolução dos poldros, que depois foram cruzados com estatísticas de desempenho em corridas até ao final do quarto ano de vida.
Através de modelos estatísticos, os investigadores verificaram que práticas de maior tempo em pasto e desmame tardio estavam associadas a melhores indicadores de carreira, incluindo maior número de corridas disputadas e maiores ganhos financeiros.
Entre as conclusões destacam-se:
– Poldros com mais tempo de pasto nos primeiros seis meses e desmamados mais tarde tinham maior probabilidade de correr pelo menos uma vez até ao quarto ano de vida;
– O desmame em idade mais avançada correlacionou-se com um maior número de participações em corridas;
– Animais com acesso a pastagens maiores obtiveram prémios monetários mais elevados.
De acordo com Rebecca Mouncey, médica veterinária, investigadora no RVC e principal autora do estudo, esta investigação “é a primeira do seu género a avaliar o efeito das experiências precoces no desempenho futuro dos cavalos de corrida da raça puro-sangue, fornecendo conclusões inéditas e relevantes que podem ser aplicadas diretamente nas explorações para reduzir perdas e melhorar o rendimento desta população”.
E continua: “as nossas conclusões sublinham que os primeiros seis meses de vida são um período crítico de desenvolvimento nos puro-sangues, durante o qual é fundamental garantir que as práticas de maneio oferecem oportunidades adequadas para uma adaptação positiva dos tecidos e para otimizar o desenvolvimento”.

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