Segundo dados da British Veterinary Association (BVA), um em cada cinco veterinários (21%) no Reino Unido já integra tecnologias de Inteligência Artificial (IA) no seu trabalho diário.
As conclusões fazem parte do inquérito Voice of the Veterinary Profession, cujos resultados vão ser debatidos, no próximo dia 12 de junho, numa sessão do evento BVA Live, sob o tema “O futuro já chegou. Está preparado? A IA na prática hoje”.
Os dados revelaram que a utilização mais comum da IA na medicina veterinária está associada ao diagnóstico e análise de radiografias (44%), seguida pelos exames laboratoriais e respetiva interpretação (27%). Embora em menor escala, há também veterinários a usar estas ferramentas para comunicação com os tutores dos animais (11%) e tarefas administrativas (7%).
Para Rob Williams, vice-presidente da BVA, “é fascinante ver quantas equipas veterinárias já utilizam a tecnologia de IA no seu trabalho diário. O enorme crescimento no uso destas ferramentas representa uma oportunidade entusiasmante para a profissão, especialmente no campo do diagnóstico e na interpretação de grandes volumes de dados. No entanto, para além dos benefícios, existem também desafios e riscos evidentes”.
O inquérito também questionou os veterinários sobre quais os principais benefícios e riscos associados ao uso de IA. Entre os benefícios mais referidos destacam-se a interpretação de dados (55%), o apoio ao diagnóstico (49%), a poupança de tempo (40%) e a automatização de tarefas administrativas (38%).
No entanto, os profissionais também expressaram preocupações. Os principais riscos identificados incluem a interpretação dos resultados sem o devido contexto clínico (83%), a utilização inadequada da IA sem validação por um profissional (82%), o risco de dependência excessiva da tecnologia em detrimento das competências humanas (68%), e preocupações com a proteção de dados (25%).
A British Veterinary Association avança que a sessão promete ser um espaço de debate relevante para todos os profissionais interessados em compreender como a IA está já a moldar a prática veterinária e de que forma poderá evoluir nos próximos anos.