iStock As vendas de antimicrobianos veterinários na União Europeia (UE), destinados a animais de produção, aumentaram 5% em 2024, levantando preocupações sobre uma possível reversão da tendência de descida observada entre 2010 e 2022.
A conclusão consta do segundo relatório anual de vigilância da Estratégia Europeia de Vendas e Uso de Antimicrobianos para a Medicina Veterinária (ESUAvet) da Agência Europeia de Medicamento (EMA), divulgado esta terça-feira, 9 de dezembro, e que agrega dados da UE, Islândia e Noruega.
Em simultâneo, foi lançado um novo painel interativo que permite ao público consultar os dados de vendas de medicamentos veterinários antimicrobianos (VMP) em toda a UE.
“Com a ESUAvet não estamos apenas a recolher dados: estamos a gerar confiança, a facilitar a ação e a contribuir para um futuro mais saudável para todos. Dados fiáveis sustentam decisões mais inteligentes e comunidades mais seguras. Ao transformar dados em conhecimento, damos aos países ferramentas para agir de forma informada contra a resistência aos antimicrobianos”, afirmou Ivo Claassen, chefe da Divisão de Medicamentos Veterinários da Agência Europeia de Medicamento.
A análise mostrou que 98% das vendas de antimicrobianos veterinários se destinaram a animais de produção e que o aumento registado poderá refletir uma mudança estrutural ou apenas uma oscilação pontual. Entre os fatores possíveis estão o armazenamento preventivo de medicamentos, surtos de doença ou variações na população animal.
Embora os dados de vendas continuem a ser uma boa forma de estimar o consumo de antimicrobianos, a EMA esclarece que a forma mais precisa de saber quanto é realmente utilizado passa agora pelos dados de uso, que estão a ser recolhidos pelo segundo ano consecutivo para bovinos, suínos, frangos e perus.
Para os autores, “os resultados refletem a situação atual do consumo de antimicrobianos em animais na UE e reforçam a necessidade de continuar a trabalhar para alcançar informação coerente e completa”.
