No último episódio do Podcast da Veterinária Atual sobre leishmaniose, o médico veterinário Álvaro Costa alerta para a prevenção da doença, considerando que a melhor arma passa pela comunicação com o tutor, passando a mensagem em consulta.
Ao longo do seu percurso como médico veterinário, Álvaro Costa, verificou alguma dificuldade em transmitir o seu conhecimento ao tutor. “Não sabia se a culpa seria minha ou do interlocutor.” Foi esta dificuldade que o levou a realizar um estudo, em conjuntos com outros colegas, sobre a prevalência la leishmaniose canina e humana na região onde trabalha, Alto Tâmega. A investigação “Ocurrence of canine and human leishmaniosis in the Alto Tâmega region (Portugal): 2020-2022 pretendeu aferir o conhecimento sobre a doença entre as pessoas que residem nesta área endémica. “Percebemos que a culpa não estava só na comunicação do médico veterinário, mas também na falta de conhecimento que tinham os tutores em relação à doença.” Tendo em conta estes resultados, o médico veterinário tentou modificar a sua abordagem nas consultas para que esta fosse mais eficaz.
Em termos de saúde pública, o relatório chegou à conclusão de que na região do Alto Tâmega, que é de elevada incidência e prevalência, não se verificavam mais casos humanas em comparação com noutras regiões.
“A prevenção é a arma mais importante para combater a doença e, em conjunto − laboratórios, veterinários e tutores −, tem sido possível atingir melhores resultados”
 
No campo da educação e prevenção, o médico veterinário denota o apoio das marcas e dos laboratórios, que têm apostado cada vez mais em passar a mensagem ao tutor, assim como os veterinários, que se encontram cada vez mais sensibilizados para a prevenção. “Esta é a arma mais importante para combater a doença e, em conjunto − laboratórios, veterinários e tutores −, tem sido possível atingir melhores resultados”, garante. Álvaro Costa revela que a prevalência da doença em cães na região o deixou alarmado e fez com que investisse mais na sua prevenção.
Qual é a mensagem principal a passar nas consultas? O profissional comenta: “Temos de ser cada vez menos técnicos e mais sensíveis à linguagem que o tutor pratica. Eu trabalho numa zona rural, não posso entrar muito tecnicamente nos termos da doença. É importante explicar o que a doença provoca no animal, a forma de a prevenir e, caso o animal tenha contraído a doença, a forma mais eficaz de a tratar.” O médico veterinário refere que, desta forma, os tutores poderão ser veículos de transmissão da mensagem para a sociedade.
Ouça o podcast na íntegra aqui.