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Animais de companhia

Endocrinologia: esta é uma área que está a crescer. Porquê?

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São doenças multifatoriais e que apresentam novos desafios à prática clínica. E no caso da obesidade, além de fator de risco, é simultaneamente uma doença e uma consequência de patologias endócrinas. A casuísta tem aumentado e surge acompanhada de maior exigência para os médicos veterinários, mas também para os tutores, que têm um papel crucial no tratamento.

 

A casuística de doenças endócrinas é cada vez mais frequente na prática clínica. São muitos os fatores que contribuem para esta realidade que é transversal aos vários centros de atendimento médico-veterinários ao longo do País. “A maior longevidade dos animais de companhia, tutores mais informados e alertados para possíveis sinais clínicos, maior poder económico e vontade de cuidar melhor são alguns dos motivos para este aumento. Por outro lado, fatores como excesso de peso ou obesidade e hábitos mais sedentários contribuem também para aumento da incidência de patologias do foro endócrino”, explica Carla Domingos, médica veterinária do grupo HVV – Hospital Veterinário de Viseu e diretora clínica do polo veterinário HVV de Seia.

 

Miguel Campos, especialista europeu de medicina interna de animais de companhia (DECVIM-CA) e docente de medicina interna na Faculdade de Vetsuisse – Universidade de Berna, aponta ainda como fatores que justificam o largo crescimento da casuística em endocrinologia veterinária “o aumento do número de animais de companhia, maior sensibilização dos donos em geral para os cuidados de saúde com os seus animais de estimação e melhoria significativa dos meios de diagnóstico e tratamento em medicina veterinária”.

Carla Domingos

A diabetes mellitus, uma das endocrinopatias mais frequentes em animais de companhia, sobretudo em gatos, tem como principal fator de risco a obesidade. Aliás, na opinião de Carla Domingos, esta deve ser considerada como “uma doença por si só”, ainda que se denote, muitas vezes, uma falta de reconhecimento desta situação por parte dos tutores que, desta forma, nada farão para a resolver. “As necessidades nutricionais e relacionadas com a atividade física devem ser adaptadas às diferentes fases da vida do animal, o tutor deve estar consciencializado disso, sendo esse o nosso fulcral papel na prevenção destas doenças”, defende a médica com área de interesse em medicina interna e imagiologia.

 

Também Ana Luísa Lourenço, professora auxiliar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e especialista europeia em nutrição veterinária e comparada (EBVS — Dip ECVCN — diplomada pelo European College of Veterinary and Comparative Nutrition), considera que, enquanto doença, a obesidade tem um papel de destaque “na fisiopatologia da diabetes, em particular em gatos, e pode desenvolver-se na sequência do hipotiroidismo caso não haja um ajuste alimentar e nutricional a esta condição. A acumulação excessiva de tecido adiposo, a designada obesidade, é responsável pelas alterações dos padrões fisiológicos de secreção das hormonas que produz, o que faz com que seja considerada uma doença endócrina”, sublinha.

Nas aulas da unidade curricular de nutrição clínica da UTAD, a obesidade é abordada como doença metabólica e endócrina, destacando-se o seu papel “na manutenção de um estado de permanente inflamação e as implicações no plano do risco de desenvolvimento de disfunção e mesmo doença dos diferentes sistemas orgânicos, o que inclui, naturalmente, o sistema endócrino”.

 

Nos cães, a diabetes do tipo I é a mais frequente, explica Sheila Pedrosa, médica veterinária do Hospital Veterinário do Restelo (HVR). “A lipidose hepática surge maioritariamente em gatos obesos com anorexia. E, por outro lado, várias dessas doenças predispõem a obesidade, que acaba por poder agravar a sua sintomatologia, nomeadamente, o hipotiroidismo e o Cushing em cães, e limitar a eficiência do tratamento.”

O maior acesso aos meios complementares de diagnóstico, a maior capacidade monetária e de informação do dono que procura assistência mais cedo, mais detalhada e direcionada, também justificam o peso da endocrinologia veterinária no setor. No HVR, assiste-se a um pouco de tudo: “Cushing, Addison, hipo e hipertiroidismo, feocromacitomas, etc.”

Ana Lourenço

 

A falta de consciencialização da verdadeira dimensão do problema é, na opinião da professora da UTAD, um dos enormes desafios desta especialidade. A obesidade é uma doença que pode ser evitada pelos detentores, desde logo, pela promoção de uma alimentação adequada. “A etiologia do hipertiroidismo em gatos pode envolver fatores relacionados com a sua alimentação, mas existe também a possibilidade de a etiologia estar relacionada com fatores ambientais, ou até um misto de ambos e, apesar da investigação desenvolvida, ainda não foi possível identificar o(s) responsável(eis) pela doença.”

A realidade de a sociedade em geral estar mais facilmente sensibilizada para a diabetes e os seus principais sintomas leva a que os tutores se apercebam rapidamente de sinais, como a polidipsia e a poliúria nos seus animais, e procurem aconselhamento médico-veterinário, o “que permite descartar esta patologia e outras, como por exemplo, o canino ou hipertiroidismo felino”, explica Carla Domingos. A diversidade de patologias pode causar uma multiplicidade de sinais clínicos e afetar vários sistemas orgânicos em simultâneo. “Pedir uma vigilância atenta no que respeita ao consumo de água, produção de urina, apetite, condição corporal, nível de atividade, surgimento de lesões cutâneas, alterações comportamentais… pode fazer a diferença e permitir um diagnóstico mais precoce e também uma resposta terapêutica mais rápida e eficaz”, acrescenta.

Um diagnóstico adequado exige boa anamnese

Nem sempre os sinais são claros e fáceis de identificar. Desde logo, o tutor pode não se aperceber ou não considerar relevantes algumas alterações que deteta no seu animal. Por conseguinte, também não as refere ao médico veterinário. “Por exemplo, sinais como letargia, que pode apenas ser atribuída ao avançar da idade, e aumento de peso, que pode apenas ser associado a mudança de rotina ou alimentação. Não devemos esquecer que o diagnóstico começa numa anamnese abrangente e detalhada em conjunto com um exame físico, o mais rigoroso possível”, explica a médica veterinária do HVV.

Sheila Pedrosa

Regularmente, nas consultas de rotina do HVR, em Lisboa, os médicos veterinários tentam abordar o maneio, a nutrição, a higiene e a prevenção. “Temos ao dispor vários folhetos informativos, não só relativos ao maneio e cuidados, como também relacionados com determinadas doenças”, explica Sheila Pedrosa. É de extrema importância uma boa alimentação desde a mais nova idade. “Quanto melhor come o animal, melhor o seu sistema imunitário e maior a sua capacidade de defesa contra a doença. Uma ração rica em boa proteína, equilibrada e dada na quantidade certa faz toda a diferença na condição corporal e de saúde do animal”, sublinha.

Miguel Campos diz que alguns dos casos de hipotiroidismo em cães são exigentes do ponto de vista do diagnóstico. “Os sintomas podem ser vagos e os resultados dos testes endócrinos podem ser ambíguos e idênticos aos de cães com outras doenças. Por conseguinte, nestes casos, o diagnóstico de hipotiroidismo pode ser mais difícil de confirmar ou excluir. Por outro lado, dado o acesso limitado a cintigrafia e iodo radioativo, alguns casos de hipertiroidismo felino podem representar um desafio de tratamento importante.”

E, para o médico veterinário, qual é a doença mais sobrediagnosticada em medicina de animais de companhia? O hipertiroidismo canino. Para Miguel Campos, promover a educação e discussão em torno das doenças endócrinas é uma tarefa contínua. “Algumas doenças são muito frequentes, mas mesmo assim representam um desafio muito importante, quer em termos de diagnóstico, quer relativamente ao tratamento, para os médicos veterinários e os donos.”

A docente Ana Luísa Lourenço tem uma visão um pouco distinta: “A proximidade física entre os tutores e os seus animais de companhia faz com que sejam mais facilmente detetados sinais clínicos que, de outra forma passariam despercebidos e, por outro lado, a maior proximidade emocional faz com que a saúde do animal de companhia seja uma prioridade, o que oferece ao veterinário oportunidade de fazer os diagnósticos.”

Algumas doenças preocupam muito os médicos veterinários, ou pela dificuldade de diagnóstico e subsequente tratamento, ou porque se confundem facilmente com outras patologias, despistando o veterinário. “Uma delas é a Addison ou hipoadrenocorticismo. Esta doença dá sintomas gastrointestinais, prostração severa, desidratação marcada, alterações analíticas renais, e se não se corrigir a causa, não conseguiremos controlar a doença. Há que colocá-la na lista de diagnósticos diferenciais e confirmá-la analiticamente.

Outra é a Cushing ou hiperadrenocorticismo que, para diagnóstico, implica sintomatologia analítica e imagem compatível, e só assim podemos confirmar a doença”, explica Sheila Pedrosa. No que respeita a raças predispostas para determinadas doenças, a médica veterinária do HVR destaca “o hipotiroidismo para labrador retrievers; o hipertiroidismo em gatos, a predisposição das raças pequenas para pancreatites, e a insuficiência pancreática exócrina em pastores alemães”. E deixa o alerta: “São algumas doenças que podemos tentar diagnosticar e tratar mais precocemente e para as quais os tutores poderiam estar mais sensibilizados.”

Adesão ao tratamento

Miguel Campos

Quando questionado sobre a disponibilidade de meios de diagnóstico e tratamento para as doenças endócrinas na Suíça, onde Miguel Campos exerce, em outros países europeus, e em Portugal, o médico veterinário considera que a grande maioria está disponível em Portugal. “Contudo, penso que há diferenças na disponibilidade de alguns meios de tratamento. Por exemplo, a hipofisectomia é uma cirurgia que apenas é realizada em alguns centros especializados (Londres e Utrecht). A radioterapia, a cintigrafia e o tratamento com iodo radioativo também têm uma disponibilidade limitada na Europa”, adianta. As patologias endócrinas exigem um maneio a longo prazo com recurso a tratamento médico, dietético e alteração de estilo de vida, o que traz exigências acrescidas que dependem da colaboração direta dos tutores. “O objetivo do tratamento passa por eliminar ou controlar sinais clínicos, prevenir complicações (nomeadamente doenças concomitantes) e proporcionar boa qualidade de vida.”

No que respeita às inovações terapêuticas mais importantes dos últimos dez anos, Miguel Campos destaca “o licenciamento de uma nova insulina para uso veterinário e o desenvolvimento de canetas para administração de insulina a cães e gatos, a validação de glucómetros e dispositivos de monitorização contínua de glicémia para uso veterinário”. Por outro lado, “o licenciamento e a disponibilização de DOCP para tratar o hipoadrenocorticismo em cães com injeções uma vez por mês, o desenvolvimento de alimentação pobre em iodo para tratar hipertiroidismo em gatos e de medicamentos para administração uma vez por dia, e formulações líquidas para tratar hipertiroidismo em gatos” também têm permitido tratar melhor estas doenças.

Quanto ao papel dos detentores no tratamento, o que Sheila Pedrosa destaca é que estas doenças ocorrem, muitas vezes, em animais mais velhos, o que leva os tutores a justificar a sintomatologia pela velhice e a arrastar a situação, quando seria necessário atuar mais precocemente. “Nós, médicos veterinários, temos de aumentar o poder de informação dos donos para que isto não aconteça com tanta frequência.”

O facto de o tratamento ser prolongado no tempo ou mesmo vitalício é, desde logo, um desafio à partida, em particular, na espécie felina. “Não podemos assumir como fácil para o tutor a tarefa de administração subcutânea diária de insulina ou a administração de medicação oral diária aliada, muitas vezes, também a uma alteração dietética e de estilo de vida”, destaca Carla Domingos. As doenças crónicas exigem a necessidade de manter o tutor motivado e a cumprir um tratamento rigoroso, com controlos regulares, que podem resultar em diversos ajustes de fármacos, explica. “A relação médico veterinário-tutor é extremamente importante para um eficaz controlo destas patologias. Muitas vezes, resultado dos hábitos no agregado, encontramos equivalência de patologias no animal de companhia e no tutor, o que pode aumentar o sucesso do tratamento, dado que este último percebe a importância do mesmo. Contudo, tratamentos prolongados e tão exigentes podem ser sempre um desafio”, destaca.

O verdadeiro reflexo da resposta ao tratamento passa por aquilo que é possível observar em casa. “Seria importante que a formação de base dos médicos veterinários tivesse em conta a necessidade de uma funcional relação médico-tutor e incorporasse conhecimentos em psicologia na sua estruturação curricular”, defende a médica veterinária do HVV.

Apesar de a maioria das doenças endócrinas não terem cura, têm tratamento e são controladas com medicação. “Os animais podem precisar de medicação oral diária ou duas vezes por dia, durante toda a vida, desde o diagnóstico”, alerta Sheila Pedrosa. E mesmo quando se trata de casos controlados, podem ter crises e descompensações que impliquem internamento, sublinha. “Além disso, precisam de monitorização e assistência veterinária regular.”

Dietas que previnem e controlam os doentes endócrinos

É indiscutível o papel de uma nutrição adequada para o controlo das doenças endócrinas. Durante o ano de 2019, a Cesman-Hill’s Pet Nutrition apresentou novas soluções nutricionais que tornaram a utilização do maneio nutricional “mais eficaz e fácil”, explica Maria Margarida Tomé, marketing&professional affairs manager. Um dos exemplos é a “primeira e única gama de guisados da Prescription Diet™, que ajuda a aumentar a compliance dos clientes. Estes produtos, pela sua textura particularmente suave, também permitem uma fácil utilização em pacientes alimentados por sonda já que são muito fáceis de liquidificar”, acrescenta. O lançamento da gama de biscoitos funcionais Hill’s também veio permitir ao clínico indicar “guloseimas” saudáveis para pacientes específicos e com benefícios funcionais que auxiliam no maneio nutricional global do paciente.

“De igual modo, continuamos a promover estratégias para implementar protocolos de controlo de peso que ajudam a prevenir e tratar os problemas associados à obesidade. Para tal, contribui a gama Metabolic™, que inclui alimentos secos, húmidos em patê, guisados, saquetas, biscoitos e as soluções combinadas que controlam duas condições concomitantes”, assinala Margarida Tomé, revelando ainda que, em 2020, a companhia irá continuar a trabalhar na oferta de soluções nutricionais. “Reinventámos a nossa gama fisiológica Hill’s Science Plan, no qual se incluem as referências Perfect Weight, que ajudam os nossos animais de companhia a manter e alcançar o peso ideal saudável”. Ainda este ano, prevê o lançamento de mais novidades e soluções nutricionais terapêuticas inovadoras com o objetivo de manter os animais companhia saudáveis.

De acordo com o médico veterinário e diretor geral da New Global Pet, Luís Ferreira Rodrigues, “a maioria dos problemas endócrinos surge por um grave problema alimentar”. Esta empresa portuguesa especializada em alimentação, com foco totalmente virado para alimentos que garantam as necessidades nutricionais de cães e gatos, apresenta produtos sem um cariz farmacêutico. “Acreditamos que a melhor abordagem passa sempre por prevenir, antes de tratar o problema”, assegura.

Segundo a gestora de marketing e comunicação da empresa, Aleteia Abreu Gray, há muitas alternativas naturais no portefólio que podem ajudar na prevenção dos problemas endócrinos. “As nossas gamas de produtos são 100% alinhadas com o que a natureza pretendeu que os cães e gatos comessem. Aconselhamos sempre a rotação de sabores para uma alimentação naturalmente equilibrada”, explica.

As marcas trabalhadas pela New Global são as canadianas Acana™ e Orijen™ e a britânica Natures Menu™. “Todas oferecem formulações 100% naturais, com carnes, peixes e aves de proveniência do seu habitat natural, criadas ao ar livre ou de captura selvagem.” Nenhum dos alimentos contém proteínas hidrolisadas, aromatizantes e conservantes sintéticos.

A Royal Canin lançou a sua nova gama Weight Management ™ no seguimento da renovação das dietas Veterinary Health Nutrition™. “Nesta nova gama, a Royal Canin disponibiliza a sua dieta mais efetiva para o controlo e perda de peso — Satiety™ (para gato e cão), sustentada pela Clínica de Controlo de Peso da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Liverpool. A sua fórmula nutricional garante uma perda de peso segura e saudável com resultados comprovados, ajuda a diminuir a solicitação constante de alimento e consegue que gatos e cães obtenham uma maior sensação de saciedade graças à combinação de fibras naturais. Além disto, reduz a ingestão de calorias em excesso e ajuda a manter, a longo prazo, o peso ideal saudável conseguido”, explica o médico veterinário do departamento de comunicação científica da empresa.

No ano de 2020, continua a ser um objetivo para a marca construir uma maior consciencialização sobre o excesso de peso e os problemas associados. “Por isso, continuará a trabalhar fundamentalmente com duas audiências-chave para a marca: os médicos veterinários e os tutores de animais de estimação”, explica o responsável. Os primeiros têm agora à disposição um programa de controlo e perda de peso, através do qual as clínicas participantes dispõem de diferentes ferramentas para poder reforçar a importância do excesso de peso nas clínicas, facilitar o tratamento e acompanhamento do animal de estimação com excesso de peso e transmiti-lo também aos tutores, assim como diferentes possibilidades de ampliar a sua formação no tema. “Destacamos o caso das cinco clínicas que tiveram a oportunidade de visitar as instalações da Clínica de Controlo de Peso e partilhar com os profissionais desta clínica as suas experiências e desafios”, refere Thierry Correia.

Especificamente para os tutores, a marca realizará diferentes ações que permitirão construir estas mensagens de sensibilização relacionadas com o problema crescente que é a obesidade.

A novidade mais recente na área da prevenção de doenças endócrinas da Purina foi o lançamento de Pro Plan Expert Care Nutrition Light/ Sterilized™ para cão e Pro Plan Expert Care Nutrition Adult Sterilized™ e Adult Sterilized 7+™ para gatos, para prevenção da obesidade. “Estas fórmulas da nova gama dedicada a clínicas veterinárias e que implicam a prescrição por parte de um médico veterinário, demonstraram ser eficazes na prevenção do ganho de peso excessivo e para perdas de peso ligeiras”, explica Ana Carolina Bartolomeu, médica veterinária, vet channel manager do canal especializado da Purina, Nestlé Portugal.

A estas fórmulas, acresce o benefício da inclusão do colostro bovino. “Foi demostrado cientificamente que os animais alimentados com fórmulas suplementadas com colostro bovino, através da interação dos anticorpos e de outras moléculas bioativas presentes neste ingrediente, com o tecido linfoide associado ao intestino (GALT – GUT Associated Linfoid Tissue), apresentaram uma maior e mais rápida produção e anticorpos em resposta à vacinação, como também um aumento da diversidade e estabilidade da microbiota intestinal e maior nível de IgA nas fezes, sem aumento dos níveis de proteína C reativa (ausência excesso de estimulação do sistema imunitário).”

O que pode correr mal no tratamento?

Miguel Campos defende que “provavelmente o tratamento da diabetes mellitus em gatos representa o maior desafio de tratamento destas doenças endócrinas”. Por seu turno, Sheila Pedrosa defende que “na maioria das doenças endócrinas, os animais precisam de medicação oral diária e bidiária, e durante a vida toda do animal, desde que é diagnosticado. Não são doenças que tenham propriamente uma cura, têm tratamento e são controladas com medicação. Mesmo nos casos controlados podem ter crises e descompensações que implicam internamento”. Com isto, surgem novas exigências: estes animais precisam de monitorização contínua e assistência veterinária regular.

*Artigo publicado originalmente na edição de abril de 2020 da revista VETERINÁRIA ATUAL.

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