Na abertura da 24ª feira Nacional do Porco, no dia 17 de maio, várias entidades assinaram um acordo de compromisso para a redução da necessidade do uso de antimicrobianos no tratamento de doenças infeciosas de suínos, em Portugal, designadamente da necessidade do uso da colistina e consequentemente da sua redução.
Foi com este objetivo que se juntaram, enquanto parceiros num projeto comum, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), as Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAPs), a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), a Sociedade Científica de Suinicultura (SCS), a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica de Medicamentos Veterinários (APIFVET) e a Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais (IACA).
Todos os parceiros envolvidos neste projeto entenderam como premente a necessidade da tomada de medidas eficazes que permitam a obtenção de produtos seguros e de elevada qualidade, minimizando a respetiva utilização, revelando ao mais alto nível o compromisso assumido por todos os intervenientes no combate à Resistência aos Antimicrobianos (RAM), uma vez que Portugal apresenta níveis elevados de resistência em seres humanos, animais e géneros alimentícios.
Alternativas à colistina
A colistina tem sido usada regularmente em medicina veterinária durante décadas, tanto como tratamento curativo, como numa perspetiva de ação preventiva. Na UE / EEE, a colistina tem sido utilizada em medicina veterinária desde a década de 1950 (Koyama et al., 1950), principalmente para porcos, incluindo tratamentos em grupo e prevenção da diarreia causada por E. coli e Salmonella spp., como para tratamento de primeira escolha para a diarreia neonatal em leitões (Timmerman et al., 2006).
As alternativas à colistina, dependendo do cenário das antibioresistências do país em questão, incluem outros antimicrobianos como as aminopenicilinas, trimetoprim, sulfonamidas, tetraciclinas, aminoglicosídeos, cefalosporinas, fluoroquinolonas e óxido de zinco. Caso a colistina deixar de estar disponível para uso em medicina veterinária, pode especular-se sobre a eventualidade destes antimicrobianos virem a substituir o seu uso se não forem adotadas intervenções alternativas, como a vacinação, a utilização de meios de diagnóstico adequados e reforço das medidas de biossegurança.
Para atingir o objetivo estabelecido é necessário uma ação concertada multidisciplinar de vários grupos de trabalho que vão levar a cabo a identificação dos pontos críticos e as áreas prioritárias de intervenção; a elaboração de um plano estratégico de atuação; a fixação de prazos de execução e de um calendário; a definição de objetivos de comunicação e a divulgação dos trabalhos desenvolvidos.