Um grupo de investigação do Laboratório de Arqueociências da Direção Geral do Património Cultural recebeu uma bolsa de 239 mil euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para estudar a domesticação e as trajetórias evolutivas de cães e lobos na Península Ibérica e no Norte de África.
Em declarações à Lusa, Elisabete Pires, uma das investigadoras envolvida no estudo, explica que um dos objetivos passa por saber “qual o passado das raças de cães nos vários períodos cronológicos e como terá sido a sua evolução até ao presente”.
“Discute-se se a domesticação foi fruto da ação direta do homem ou se o lobo se autodomesticou, aproveitando um novo nicho ecológico que surgiu com o homem e as suas atividades, e progressivamente foi tolerando a sua aproximação. E, depois surgiu o cão, de menor tamanho e que foi ficando no registo arqueológico, muitas vezes, de forma que denota afeto pelo homem”, acrescenta.
A investigação foca-se no período Mesolítico e, ao longo dos próximos três anos, a equipa de investigação pretende “compreender as trajetórias evolutivas dos cães e lobos na Península Ibérica e no Norte de África (…) Queremos estudar a origem destas populações [cães e lobos]. Perceber se existe algum sinal de que os primeiros cães que habitaram na Península Ibérica tiveram origem cá ou, se por acaso, foram trazidos de outros sítios.”