A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) anunciou que a ilha da Madeira possui agora o seu primeiro laboratório de poluição luminosa, o terceiro implementado no âmbito do projeto INTERREG MAC Energy Efficiency Laboratories (EELabs).
Em comunicado, a SPEA revela que este projeto, que decorre na Madeira, Açores e Canárias, assenta no desenvolvimento e instalação de uma rede de fotómetros autónomos – pequenos aparelhos que vão mapear a poluição luminosa e medir o impacto da luz artificial noturna sobre a biodiversidade. Serão instalados trinta equipamentos na zona Este da Madeira, que se juntarão a mais de uma centena, já implementados nas ilhas de Gran Canaria, Tenerife e Corvo.
Os primeiros fotómetros foram já instalados, sendo que os dados recolhidos, juntamente com o seguimento GPS de adultos de cagarra, “vão permitir identificar as áreas mais problemáticas para as aves marinhas em relação à poluição luminosa na ilha, permitindo priorizar locais que necessitem de alterações na iluminação”.
“As aves marinhas, devido aos seus olhos sensíveis, ficam desorientadas e são vítimas de encadeamento ao saírem dos seus ninhos. Isso pode fazer com que colidam com infraestruturas, sejam atropeladas, se tornem presas de cães e gatos ou até morram de desidratação. Por esta razão, a SPEA relembra a importância da adoção de iluminação pública adequada, levando em consideração a eficiência energética, mas também o impacto na biodiversidade”, explica a sociedade.
Este é o terceiro projeto na região dedicado exclusivamente à avaliação da poluição luminosa.