Há cada vez menos coelhos bravos para caçar em Portugal e a culpa é da febre hemorrágico. Num artigo publicado esta segunda-feira (17 de outubro), o Diário de Notícias revela que no Baixo Alentejo, em particular, têm sido encontrados nos campos vários coelhos mortos devido à doença.
José Manuel Batista, caçador da região que recentemente se juntou ao Movimento Caçadores Mais Caça (MCMC), para reivindicar medidas ao Ministério da Agricultura, revela ao jornal que “andamos pelos campos e encontramos coelhos bravos mortos por causa da febre hemorrágica. Estamos a assistir à extinção desta espécie tão importante para a caça. Alguns até parecem saudáveis, mas quando os abrimos percebemos que o fígado está afetado pelo vírus. É uma tristeza”.
A doença tem vindo a atacar a região do Baixo Alentejo desde 2012, quando “surgiram os primeiros coelhos mortos com a febre hemorrágica”, e desde então já se estendeu a outras regiões do país.
Segundo o Diário de Notícias, as preocupações dos caçadores estendem-se, ainda, às lebres que estão a ser afetadas por uma doença chamada tularemia, que pode transmitir-se para o ser humano, e aos veados, que estão a ser afetados por brucelose.
Em declarações ao Diário de Notícias, o veterinário Carlos Raposo avançou com uma eventual solução: um ‘vazio sanitário’ nas zonas onde existiram as maiores populações de coelhos. “A ideia era ver se os coelhos que ficam arranjam uma resistência natural. Depois era criar-lhes as condições para que se reproduzissem e desenvolvessem em grande número. Só depois se poderia pensar em voltar a caçar esta espécie”, explica.