Um estudo publicado na revista científica Current Biology sugere que os gatos de companhia possuem ‘almofadas especiais’ dentro das suas cordas vocais, que contêm uma camada extra de tecido adiposo que lhes permite gerar vibrações de baixa frequência, isto é, o ronronar.
De acordo com o Portal Veterinaria, as descobertas desafiam a ideia de que a laringe do gato precisa de um sinal direto do cérebro para produzir o ronronar, ideia introduzida na década de 1970, que sugeria que os gatos contraem e relaxam ativamente os seus músculos laríngeos cerca de 30 vezes por segundo para emiti-lo.
Para realizar a pesquisa, os investigadores removeram cirurgicamente as laringes de oito gatos domésticos, todos eutanasiados humanamente devido a doenças terminais e com o pleno consentimento dos seus tutores. A equipa puxou manualmente as cordas vocais e passou ar quente e umidificado através delas. Ao isolar a laringe desta forma, os cientistas garantiram que qualquer som produzido ocorresse sem contrações musculares ou intervenção cerebral direta.
Os gatos domésticos, que normalmente pesam cerca de 4,5 kg, produzem vocalizações de baixa frequência, geralmente de 20 a 30 hertz (Hz), associadas ao ronronar. As frequências são tipicamente observadas em criaturas muito maiores, como elefantes, que têm cordas vocais consideravelmente mais longas.
A maioria das vocalizações de mamíferos, incluindo outros sons de gatos, como miados e assobios, são gerados por um sinal do cérebro que faz com que as cordas vocais se unam, e o fluxo de ar através da laringe faz com que as cordas colidam centenas de vezes por segundo, produzindo som. É considera um processo passivo, uma vez que as cordas vocais começam a vibrar sem ser necessário nenhum comando neural adicional para mantê-las a funcionar.