A Provedoria dos Animais de Lisboa quer proteger os touros num santuário na capital portuguesa. Além disso, o provedor, Pedro Emanuel Paiva, defende a alteração da obrigatoriedade da realização de espetáculos tauromáquicos, na Praça de Touros do Campo Pequeno. Para tal, recomendou que a Câmara Municipal de Lisboa procure encetar o diálogo com a Casa Pia de Lisboa, nesse sentido.
Segundo explicado em comunicado, é recomendada a criação do Santuário do Touro Bravo, com a possibilidade de através deste santuário se originar um novo conceito económico, em cooperação com a “Reserva Del Toro Bravo”, fundada pelo empresário português Miguel Aparício.
Esse conceito económico, baseado num modelo de negócio social, asseguraria uma “compensação financeira anual pelos lucros obtidos nos projetos de ecoturismo, turismo experiencial, criação de espaços não invasivos para contemplar o touro no seu habitat natural, entre outros previstos para este santuário, para a Casa Pia de Lisboa”.
A recomendação defende ainda que a Câmara Municipal de Lisboa tem de assumir “um sério comprometimento como mínimo ético-jurídico em matéria de tauromaquia, ao se abster de apoiar ou de promover – direta ou indiretamente e a qualquer título –, a realização destes eventos socialmente fraturantes”.
“A tourada é um lugar onde um ser humano, em consciência, aplica estratégias e recorre a armas para se medir contra um animal que não tem outro recurso senão o reflexo do seu instinto primário. Isto é uma forma ativa de pura barbárie”, sublinha Pedro Emanuel Paiva.
O responsável recorda que “a capital é uma cidade comprometida com a proteção e o bem-estar dos animais”, mas no que diz respeito às atividades tauromáquicas no Campo Pequeno, sublinha ser “fundamental não permitir a estagnação e fazer uma interpretação atualista daquilo que pensam e legitimamente os munícipes desejam nesta matéria: o fim das touradas.”