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Estudo revelou sintomas de delírio pós-anestesia em cães e gatos

Estudo revelou sintomas de delírio pós-anestesia em cães e gatos iStock

Um estudo, provisoriamente aceite para publicação, vem lançar luz sobre um fenómeno ainda pouco explorado na medicina veterinária: o delírio pós-anestesia em cães e gatos.

Esta condição, já conhecida na medicina humana, caracteriza-se por agitação, confusão e desorientação durante a fase de recuperação da anestesia —sintomas que, até agora, não estavam bem definidos em animais de companhia.

 

A investigação, conduzida por uma equipa da Universidade de Berna, na Suíça, teve como principal objetivo identificar os sinais clínicos associados ao delírio pós-anestesia em pequenos animais, analisar a sua frequência e explorar possíveis fatores relacionados com a sua ocorrência.

O estudo foi desenvolvido em três fases. Na primeira, um grupo de seis anestesistas veterinários elaborou uma lista preliminar de sintomas potencialmente indicativos de delírio pós-anestésico.

 

Na segunda fase, foram recolhidos dados de 184 animais (139 cães e 45 gatos) submetidos a anestesia geral. Os sintomas registados durante a recuperação foram utilizados para categorizar os animais em dois grupos: sem delírio e com menos de quatro sintomas e com delírio, com quatro ou mais sintomas.

A terceira fase consistiu num modelo estatístico de regressão logística para investigar a relação entre a ocorrência de delírio e características individuais dos animais ou da anestesia administrada. No entanto, os investigadores não encontraram qualquer associação significativa entre os fatores analisados e a presença de sintomas.

 

Entre os sinais mais frequentemente observados destacam-se o movimento descoordenado ou violento (41%), a vocalização (36%) e os espasmos (30%). No total, 57% dos animais (104/184) apresentaram, pelo menos, um dos sintomas definidos, e 14% (26/184) foram classificados como casos de delírio pós-anestésico.

Assim, os cientistas identificaram seis sintomas como indicadores desta condição: nistagmo, espasmos, opistótonos, movimentos descoordenados ou violentos, vocalização e mordedura.

 

Apesar de ainda serem necessárias mais investigações para compreender melhor a fisiopatologia e os fatores de risco associados, os autores concluíram que, segundo os critérios propostos, o delírio pós-anestesia “parece ser frequente em animais de pequeno porte”.

 

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