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Investigação

Método CED é o mais eficaz para gerir colónias de gatos ferais, diz estudo

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As populações de gatos ferais geridas através de programas CED (captura-esterilização-devolução) de alta intensidade conseguem evitar pelo menos 30 vezes mais mortes num período de 10 anos, diz um estudo da Alliance for Contraception in Cats & Dogs, uma entidade estado-unidense fundada em 2000 e que promove o controlo reprodutivo animal.

Os investigadores da organização usaram um simulador para avaliar diferentes estratégias de controlo da população felídea ao longo de um intervalo de 10 anos. Publicado na Frontiers in Veterinary Science, o estudo revela que os programas CED são bem-sucedidos no controlo de gatos ferais e também reduzem a ocorrência de mortes evitáveis quando comparados com outros métodos, como a recolha ou o abate.

 

Previsto na lei portuguesa (portaria 146/2017), que estabelece as normas para o controlo de animais errantes, o método CED prevê a captura de gatos errantes, a sua esterilização, identificação eletrónica, desparasitação e vacinação antirrábica (bem como outras medidas profiláticas obrigatórias ou previstas no plano de gestão da colónia), e posterior devolução ao local de origem.

Para o estudo, os investigadores analisaram sete cenários de gestão de colónias de gatos ferais: não fazer nada, remoção de baixa intensidade, remoção de alta intensidade, abate ocasional de baixa intensidade, abate ocasional de alta intensidade, CED de baixa intensidade e CED de alta intensidade.

 

A pesquisa veio mostrar que o método CED é o mais eficaz, sobretudo quando implementado com alta intensidade. “A eficácia dos programas CED é muitas vezes debatida, mas raramente bem definida”, disse John Boone, vice-presidente do conselho diretivo da Alliance for Contraception in Cats & Dogs, à Today’s Veterinary Practice. Segundo o vice-presidente, os grupos que praticam o CED registam muitas vezes o número de esterilizações realizadas e os animais que vão para centros de recolha, mas não medem a redução do número de felinos nas colónias.

Nas simulações realizadas como parte do estudo, os investigadores avaliaram o número de gatos nascidos, de gatos que chegavam até à idade adulta, e o número de gatos adultos abatidos ao longo de 10 anos. Consideraram ainda todas as mortes de gatos juvenis e abates de adultos como evitáveis. “Os resultados da simulação sugerem que o número cumulativo de mortes evitáveis ao longo de 10 anos para uma população inicial de 50 gatos é maior num cenário de ‘não ação’, estimado em mil mortes”, pode ler-se no estudo. “É mais baixo num cenário de CED de alta intensidade, estimado em 32 mortes, uma diferença de 31 vezes.”

 

 

 

 
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