A Fur Free Europe European Citizens’ Initiative contou com mais de 1,7 milhões de assinaturas a apelar a uma proibição na União Europeia na criação e comércio de peles. A petição excedeu o número necessário para a Comissão Europeia responder, dois meses antes do final do prazo estabelecido.
Segundo explicado pela Humane Society International/Europe (HSI/Europe), organização de proteção dos animais e uma das promotoras da petição, tendo em conta o atual debate sobre o bem-estar animal, esta é a “oportunidade perfeita para incluir uma proibição no comércio de peles na União Europeia”.
Lançada em 18 de maio de 2021, com um objetivo de um milhão de assinaturas em 12 meses, mais de 80 organizações de proteção animal europeias apelaram a que os cidadãos europeus assinassem a petição.
“Os cidadãos da UE fizeram ouvir a sua voz em alto e bom som, querem uma proibição total em toda a UE da criação e importação de peles. A criação de peles é intrinsecamente desumana, pelo que alertamos a Comissão para o facto de qualquer proposta de normas de bem-estar dos animais para espécies, como o vison e a raposa, ser totalmente inaceitável”, aponta a senior director of public affairs na HSI/Europe, Joanna Swabe.
A próxima fase do processo é a validação das assinaturas pelos Estados-Membros, que demorará três meses, findos os quais a Comissão Europeia deve ter em consideração a ICE e dar uma resposta no prazo de seis meses.
Até à data, 19 países em toda a Europa, incluindo Países Baixos, Bélgica, República Checa, Eslováquia, Eslovénia, Croácia, Itália, França, Luxemburgo, Estónia, Letónia, Malta, Irlanda e Áustria, proibiram a prática da criação de peles. A produção de peles continua a ser permitida na Finlândia, Polónia, Grécia, Lituânia, Espanha, Roménia, Suécia, Dinamarca e Bulgária.
Os números mostram que a indústria está em declínio: em 2014, aproximadamente 43,6 milhões de animais foram mortos para peles nos países europeus, um número que caiu para 30,7 milhões em 2019 e, em 2021, diminuiu ainda mais para 12 milhões de animais.