No dia 16 de dezembro de 2023 ficou conhecido o novo bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) para o quadriénio 2024–2027. No dia 9 de fevereiro deste ano tomou posse, destacando a votação para a qual foi eleito como um recorde na história da Ordem. Profissionalização, renovação e modernidade foram as diretrizes apontadas e pelas quais pretende reger o seu mandato. Em entrevista à VETERINÁRIA ATUAL, o atual bastonário Pedro Fabrica, fala-nos da sua visão e das iniciativas que irá acionar para uma maior valorização da classe e da carreira médico-veterinária.
No dia 9 de fevereiro tomaram posse os novos órgãos da OMV 2024-2027.
No seu discurso como bastonário referiu que esta será uma nova era da OMV, de profissionalização, renovação e modernidade. O que quer dizer, de facto, com esta afirmação e que diferenças estão elencadas face ao mandato anterior?
O discurso foi dirigido à audiência que estava presente na tomada de posse nacional. Em cada tomada de posse fui personalizando o meu discurso consoante a região e tendo em conta o impacto da profissão em cada zona do País. Relativamente à questão que refere, nós fazemos intenções de cumprir o nosso programa e considero que foi por isso que fomos eleitos. A maioria dos membros da OMV puderam rever-se no programa que nós apresentámos e, como tal, temos esse compromisso e essa obrigação de o cumprir – faço intenções de pelo menos cumpri-lo a 80%, essa seria já uma boa medida de sucesso. Um dos pontos que nós temos no programa está relacionado com os recursos humanos da Ordem. A classe tem crescido em número de membros e estes exigem cada vez mais serviços e mais profissionais orientados para as suas necessidades, já que pagam a sua quota e querem ter um atendimento cada vez mais focado. Para isso, uma das medidas que queremos implementar passa por uma política de recursos humanos mais clara e equitativa dentro da Ordem, fazendo também uma análise da redistribuição de funções. Para o efeito, estamos já a começar a fazer essa análise, reunindo com os funcionários e tentando perceber realmente quais são as suas motivações e os pontos de melhoria mais importantes. No fundo queremos profissionalizar os colaboradores, criando um sistema claro de avaliação de desempenho, para que possam sentir que estão dentro de uma organização cada vez mais profissionalizada e organizada. E isto é fundamental porque se não tivermos meios administrativos e de suporte, não conseguiremos implementar grande parte das medidas que queremos.
A profissionalização passa também pelo facto de ter um bastonário dedicado a tempo inteiro à Ordem, com uma representação constante, dedicando todo o seu dia à tomada de decisões, que, consequentemente, acontecerão mais rapidamente. Consegue-se realmente ter um ritmo de trabalho diferente do que aquele que acontecia no passado.
A renovação tem a ver com o facto de que iremos analisar todos os regulamentos e protocolos, perceber se fazem sentido e, não fazendo, iremos adaptá-los às necessidades que temos no programa de modernização. Queremos também modernizar a forma como comunicamos e interagimos com os membros, tendo um bastonário que está próximo deles.
“A classe tem crescido em número de membros e estes exigem cada vez mais serviços e mais profissionais orientados para as suas necessidades, já que pagam a sua quota e querem ter um atendimento cada vez mais focado.”
Pretendemos também criar maior proximidade com os Conselhos Regionais,
mantendo a porta aberta para que os membros se sintam à vontade e possam contactar diretamente com o bastonário para exporem os seus problemas, ou seja, o nosso objetivo passa por estarmos mais ligados ao terreno.
É este o novo estilo que queremos adotar e por isso considero que esta seja uma era nova de profissionalização, renovação e modernidade.
Assumiu o cargo, como já referimos, no dia 9 de fevereiro, passaram-se apenas algumas semanas… Como tem sido a sua rotina como bastonário ou, pelo menos, já deve ter noção daquela que gostaria que fosse a sua rotina. Como têm corrido estes primeiros dias?
Neste momento estamos na fase de tomar conta das pastas e dos diversos assuntos que queremos dar seguimento. Temos uma estratégia de categorização dos temas, numa matriz conhecida do que é urgente e importante. Estou a dedicar-me àquilo que é urgente e importante e a tentar delegar o que é urgente e não importante para depois começar a analisar.
Relativamente à rotina, tenho estado presente aqui na sede e em alguns dos dias faço trabalho à distância, representando também a Ordem nos diversos eventos para os quais somos convidados. Nessa rotina incluo também toda a equipa do Concelho Diretivo, com a qual me tenho reunido uma vez por semana. Também já fizemos uma primeira reunião preparatória com os presidentes eleitos dos Conselhos Regionais, porque estamos a preparar o Fórum Interconcelhos – um novo projeto que não existia no mandato anterior. Queremos perceber qual é a melhor estratégia a este nível, perceber o interesse dos Conselhos Regionais na estratégia nacional formativa e na forma de funcionamento entre os conselhos.
Neste momento estamos a criar a nossa rotina de trabalho com os diferentes órgãos da Ordem, baseada num sistema de proximidade.
No seu discurso sublinhou também a realidade do setor e os desafios que enfrenta, como a dificuldade de contratação, de recrutamento e de retenção dos médicos veterinários, assumindo que uma das prioridades do seu mandato passará precisamente pela dignificação da profissão e melhores condições de trabalho. Que medidas estão a ser pensadas neste sentido?
Temos várias estratégias e abordagens pensadas, uma das principais está relacionada com as condições laborais. Queremos ter um papel dinamizador desta área, daí ter anunciado a realização de um congresso dedicado a este tema. Este é um evento que se distingue do famoso Encontro de Formação da Ordem dos Médicos Veterinários (EFOMV), que é um evento de formação técnica pura e dura, em que normalmente não discutimos os temas basilares da organização, da profissão e da Ordem. Já o Congresso acaba por ser dedicado às questões próprias da atividade do médico veterinário – está reconhecido em estatuto e já anunciámos que o queremos realizar, precisamente para discutirmos e trazermos para o debate a dignificação da carreira médico-veterinária. Achamos que é importante termos esta estratégia para que se possa mobilizar e motivar alguns empresários veterinários a tomarem conta da Associação Nacional de Empresários Veterinários e termos um representante do patronato para depois entrar em diálogo com o sindicato e haver um estabelecimento do acordo coletivo de trabalho. Por outro lado, a Ordem também deve sensibilizar e criar a fundação para o desenho de uma carreira médico-veterinária, incluindo as entidades competentes como a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e o Ministério do Trabalho para que, de alguma forma, se faça entender que um técnico superior licenciado em medicina veterinária a trabalhar em funções de médico veterinário não é a mesma coisa que ter uma carreira médico-veterinária.
Depois queremos também ter uma estratégia de formação de características não técnicas. No fundo, para ajudar os colegas a saberem lidar com conflitos, para saberem gerir as suas empresas e para que tenham resiliência emocional, sentindo-se cada vez mais capazes caso encontrem dificuldades.
“A profissionalização passa também pelo facto de ter um bastonário dedicado a tempo inteiro à Ordem, com uma representação constante, dedicando todo o seu dia à tomada de decisões, que, consequentemente, acontecerão mais rapidamente.”
Além disso, estão contempladas estratégias temáticas de comunicação que passam pelas várias áreas da profissão, sensibilizando quer a tutela quer a sociedade em geral para o papel do médico veterinário na saúde pública e no conceito de Uma Só Saúde. Temos também outras pequenas ações, como o desenvolvimento de uma ferramenta que pretende ajudar os tutores a saberem quanto custa ter um animal por dia, para que tenham noção da dimensão do seu papel e dos recursos que têm para cuidar do animal. Esta ação irá aliviar um pouco a pressão sobre o médico veterinário.
Vamos também disponibilizar um referencial educativo, consoante as faixas etárias, aos médicos veterinários que dão formação nas escolas – muitas vezes são convidados para falar sobre a saúde animal e não têm materiais necessários.
Por fim, queremos fazer uma defesa das nossas áreas para garantir que, sempre que a profissão for atacada, conseguimos ter uma posição firme e combativa, nomeadamente em relação ao cyberbullying ou outras tentativas de esvaziamento das funções do médico veterinário.
Temos, portanto, uma rede de eventos que, conseguindo ativá-los, vamos ter o efeito pretendido: a valorização da profissão.
Recordo-me que falou também num fenómeno que não se verifica só na medicina veterinária, é comum em diversos setores: o conflito de gerações. Os CAMV são tendencialmente coordenados e dirigidos por profissionais mais seniores, que pertencem a uma geração com características bastante diferentes dos profissionais mais jovens, que acabaram de ingressar no mercado de trabalho, a chamada geração z… Como pretende colmatar este este gap geracional?
Através do plano de formação nacional anual. Vamos querer criar iniciativas de gestão de recursos humanos que ajudem a lidar com os mais novos, a geração Z, nomeadamente. E, por outro lado, também dar à nova geração a capacidade de entender o que está do outro lado, para que tenham mais resiliência para lidar com os conflitos e com a dura realidade, que, muitas vezes, é apresentada logo no primeiro ou no segundo ano de trabalho, à qual não foram expostos pelas instituições de ensino.
As chamadas soft skills…
Sim exatamente.
Como parte das suas linhas de ação, com vista a reconhecer os profissionais que investem na sua formação em áreas específicas da medicina veterinária, revelou a sua intenção de avançar com as especialidades. Este não é um assunto novo e tem levantado algumas questões, diria até um debate acesso dentro da classe…
As especialidades são um bocadinho como o aeroporto de Lisboa. Tem existido, já há algum tempo, uma discussão muito intensa sobre este tema. Com o novo estatuto criou-se, finalmente, a possibilidade de implementar as especialidades.
Neste sentido, considero que o critério mais importante para se decidir em que formato se querem as especialidades passa por consultar os membros. E isto porquê? De um lado, temos os especialistas europeus que dedicaram muitos anos da sua vida para terem o título de especialista, com sacrifício, indo para o estrangeiro, estando distante da família e fazendo um forte investimento na sua carreira. Percebo, por isso, que estejam um bocadinho melindrados pelo facto de poder vir a existir um título de especialista nacional e que depois eles não sejam diferenciados [pelo esforço que fizeram], independentemente de não se saber ainda qual será a qualidade de especialistas nacionais. Percebo também que alguns países tomaram estas especialidades europeias como a referência para os seus especialistas, mas depois também existem outras realidades nacionais em que criaram os seus próprios colégios de especialidades, como aqui em Portugal, no caso de outras ordens profissionais da área de saúde, mesmo havendo especialidades europeias. Depois temos toda uma classe que gostaria que houvesse uma formação mais especializada e que essa fosse reconhecida, com um título e uma referência naquela área.
Em conclusão, posso dizer que temos aqui vários cenários: reconhecer os especialistas como especialistas europeus e depois criar um sistema intermédio de certificados; termos listas de especialistas europeus e um sistema de especialistas nacionais; ou ainda um terceiro cenário híbrido. Portanto, o que é que nós vamos fazer como Ordem? Auscultar a classe através de um inquérito com os três sistemas possíveis. Percebendo o seu feedback, trabalharemos conforme a vontade da maioria, com uma garantia, e esta é uma garantia pessoal, de que, independentemente do resultado, será sempre trabalhado com rigor. No fundo, queremos tentar esvaziar ao máximo a avaliação subjetiva da qualidade de quem se propõe, vai haver sempre uma avaliação rigorosa para aquela pessoa e os critérios vão ter de ser claros.
“Fiz uma estimativa muito rápida sobre a capacidade dos 1300 CAMV estimados existentes em Portugal, com uma capacidade instituída de 6500 cirurgias de controlo reprodutivo por dia. Ou seja, em 100 dias, conseguiríamos 650 mil animais castrados, se houvesse vontade nacional, investimento público financeiro e, obviamente, envolvimento de todos. Portanto, temos essa capacidade de controlo.”
Fugindo agora um bocadinho às questões dos profissionais… No seu discurso manifestou a preocupação com o bem-estar animal, revelando que a estratégia de erradicação do abandono animal também está na sua agenda. Que medidas lhe parecem necessárias para a mitigação deste problema?
Antes de mais, não temos ainda uma estratégia definida, mas sabemos que existem várias medidas que podem fazer sentido. Não tenho conhecimento até à data, e digo isto humildemente, que já tenha sido apresentada uma estratégia em que se projete, de facto, o impacto e a combinação destas medidas. A nossa vontade passa, por isso, por desenhar um plano para perceber o impacto estimado das várias medidas [que têm sido tomadas]. Acho fundamental para termos seriedade e para que as pessoas saibam aquilo que estamos a propor. Parece-me claro, e acho que toda a gente já percebeu – as várias associações e mesmo as provedorias dos animais –, que muito do controlo está a montante, ou seja, os animais que nascem e que não são planeados, portanto passa logo pela condição necessária de haver um controlo reprodutivo dos animais que estão em Centros de Recolha Oficial e nas associações protetoras dos animais. Bem sei que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) tem dado incentivos para o fazer e muitas associações já fazem isso, mas tem de ser mais musculado, ou seja, tem de existir mesmo uma campanha nacional, com envolvimento de estruturas públicas e privadas.
Fiz uma estimativa muito rápida sobre a capacidade dos 1300 CAMV estimados existentes em Portugal, com uma capacidade instituída de 6500 cirurgias de controlo reprodutivo por dia. Ou seja, em 100 dias, conseguiríamos 650 mil animais castrados, se houvesse vontade nacional, investimento público financeiro e, obviamente, envolvimento de todos. Portanto, temos essa capacidade de controlo.
Depois temos também a frustração da criminalização dos maus-tratos e de abandono animal, porque as penas demoram muito tempo a serem instituídas. Os animais ficam numa espécie de quarentena em que nada acontece e é preciso agilizar. Esses processos têm de ser mais rápidos, assim como as contraordenações, em que os serviços jurídicos demoram demasiado tempo a aplicar a coima dessa infração.
Temos também a necessidade de uma fiscalização mais ativa para quem tem animais, ou talvez uma medida ainda mais radical – que poderá ser mais impopular – estabelecendo que todos animais que não têm estatuto reprodutivo reconhecido, e que não estejam licenciados como reprodutores, sejam castrados.
Sabemos que nem todas as pessoas teriam possibilidade de o fazer e, para isso, deveria haver uma medida em que a despesa relacionada com cirurgia do animal fosse depois devolvida em sede de IRS. Havendo esta vontade política, penso que poderíamos ter este problema resolvido.
Numa estimativa do número de cães que estão nos Centros de Recolha Oficial, percebemos também que o valor gasto anualmente, na sua totalidade, é superior ao orçamento que a DGAV tem para garantir a saúde pública em Portugal. O que não deixa de ser um valor a pensar… Nós não estamos contra o facto de ser manter os animais, mas estamos a ver que esta despesa vai continuar a crescer e, se não atuarmos com medidas fortes, este vai um problema cada vez maior.
“Queremos apostar numa estratégia de formação de características não técnicas. No fundo, para ajudar os colegas a saberem lidar com conflitos, para saberem gerir as suas empresas e para que tenham resiliência emocional, sentindo-se cada vez mais capazes caso encontrem dificuldades.”
Fez também referência a alguns números que evidenciam a importância da profissão médico-veterinária no seio da sociedade: 7 mil médicos veterinários para 242 milhões de animais – incluindo animais de companhia, de produção, equinos… O que perfaz um médico veterinário para 35 mil animais. Realçando também, além dos que atuam em clínica, os inspetores sanitários e de segurança alimentar, os veterinários municipais, investigadores e os que se dedicam mais à saúde pública. No início desta conversa explanou algumas medidas que irão impactar na valorização da classe, mas relativamente a estas outras áreas de atuação, como é que se pretende posicionar?
Primeiro queremos dar visibilidade a estas áreas da profissão, sensibilizando a sociedade para o papel que têm os médicos veterinários. Pretendemos dar formação e ajudar os médicos veterinários que têm atividades, por exemplo, em serviços regionais – obviamente em concordância e em parceria com a DGAV. Queremos também apoiar e perceber quais são os problemas dos médicos veterinários que trabalham com animais de produção, nomeadamente na suinicultura, com a prescrição de medicamentos veterinários e com programas de biossegurança. No fundo, identificar cada área e ter a capacidade de criar uma estratégia de divulgação perante a sociedade, falar com os representantes do setor e trabalhar item por item, quer ao nível da sociedade, como das entidades que têm poder de decisão. O objetivo será tentar dar visibilidade às dificuldades dos colegas, ajudar a resolver ou, pelo menos, contribuir para uma melhor execução das suas tarefas.
Depois de mencionados os principais pontos pelos quais pretende reger o seu mandato, gostaria de deixar alguma mensagem aos membros?
Gostaria de terminar dizendo que, neste momento, trabalhamos como uma equipa e que queremos contar com todos que realmente queiram contribuir de forma positiva e construtiva para o futuro da Ordem. Mantemos os canais abertos para recebermos feedback e para estarmos o mais perto possível dos membros.
“Queremos fazer uma defesa das nossas áreas para garantir que, sempre que a profissão for atacada, conseguimos ter uma posição firme e combativa, nomeadamente em relação ao cyberbullying ou outras tentativas de esvaziamento das funções do médico veterinário.”
Antes de chegar a bastonário da OMV, como foi pautado o seu percurso como médico veterinário?
Frequentei a Faculdade de Medicina Veterinária, na altura da Universidade Técnica de Lisboa, e findos os cinco anos do curso acabei por estagiar uns meses no Norte do País, em Caxias, Vila do Conde. No estágio decidi enveredar por duas áreas, bovinicultura leiteira e animais de companhia, como sou da região de Aveiro, achei que teria mais hipóteses de trabalho. Seguiu-se o estágio numa clínica veterinária de animais de companhia – mais tarde transformou-se no Hospital Veterinário do Porto –, onde depois acabaram por me contratar. Neste local trabalhei intensamente até 2005, em ritmo de hospital, onde me dedicava à gastroenterologia, cirurgia de tecidos moles, urgências e endoscopia.
Depois desta fase resolvi mudar de área, sempre tive interesse em estratégia e marketing e surgiu a oportunidade de me candidatar a um cargo de serviços técnicos e de marketing de uma empresa farmacêutica multinacional. Assim o fiz, fui admitido e comecei a trabalhar na indústria, quer em cargos de consultoria técnica e apoio dentro dos medicamentos, assim como também fui desenvolvendo capacidades em marketing farmacêutico, tendo feito, inclusivamente, uma pós-graduação nesta área.
Entretanto comecei a manifestar interesse pelos assuntos da Ordem. Muita gente se queixava na altura relativamente a este assunto, mas eu quis ir à procura da solução para o problema. Lembro-me que à época se levantava muito a questão das especialidades que foram lançadas e eu comecei a tornar-me mais interventivo e vocal em relação a estes temas. Depois acabou por surgir o convite para integrar a lista concorrente nas eleições de 2016-2019, liderada pelo Doutor Jorge Cid, ganhámos as eleições e eu integrei o executivo nessa altura. Durante esse período familiarizei-me com os assuntos da Ordem e tive a meu cargo várias pastas dentro do Concelho Diretivo. Em 2019, tomei a decisão de sair do Concelho Diretivo e candidatei-me a membro da Assembleia Geral no mandato de 2020-2023 pela zona sul, tendo assumido esse cargo. Pelo meio decidi iniciar o doutoramento relacionado com a comunicação clínica em ciências veterinárias de animais de companhia, o qual ainda não terminei e, agora, ao assumir o cargo de bastonário, irá atrasar, mas tenho intenções de o terminar. Além disso, também fui presidente do Conselho Fiscal da Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC), cargo que terminei a 8 de fevereiro deste ano, véspera do dia em que tomei posse como bastonário, para evitar conflito de interesses. Atualmente sou também membro da Sociedade de Comunicação e Ciências da Saúde, que está relacionado com comunicação clínica, a minha área de doutoramento.