Um estudo, publicado na revista Evolution, Medicine, and Public Health, analisou o impacto da companhia diária na saúde e longevidade dos cães, tendo concluído que a companhia, tanto humana como canina, traz, de facto, benefícios positivos para os animais.
A investigação questionou mais de 21 mil tutores de cães sobre diversos aspetos da vida do animal, incluindo se tinham outro cão como companhia, que atividade física praticavam, como consideravam ser a saúde do animal, entre outros aspetos, que incluíram também questões pessoais sobre os tutores.
A partir destes dados, os investigadores determinaram cinco fatores que influenciam o ambiente social de um cão: estabilidade de onde vivem, rendimento do agregado familiar, tempo de convívio com adultos e crianças, tempo de convívio com outros animais e idade dos tutores dos cães.
A companhia de outros cães e de humanos foi considerada a razão que mais impacta e mais benefícios traz à saúde do cão, tendo este fator sido cinco vezes superior a qualquer outro analisado.
“Cães que viviam em domicílios com outros animais de companhia tinham pontuações de saúde mais altas e menos diagnósticos de doenças do que cães que tinham menos companheiros domésticos, sugerindo que esse enriquecimento social confere benefícios à saúde”, refere o estudo.
“Nem todos os cães domésticos ficam necessariamente em melhor situação ou mais felizes com outros cães. No entanto, o companheirismo social (tanto canino como humano) tem um grande impacto na saúde e na longevidade de um cão”, afirmou Noah Snyder-Mackler, professor na Universidade de Ciências da Vida do Arizona e autor principal do estudo, citado pelo The Washington Post.
E continua: “Os cães são animais sociais. É um tanto debilitante e prejudicial à saúde e ao bem-estar não ter parceiros sociais próximos”.
Como perceber se o cão está a receber a companhia de que necessita?
“Quando há algo que está a faltar na rotina de um cão, vemos isso manifestar-se em termos de ‘mau comportamento’ ou respostas relacionadas à ansiedade”, disse Zachary Silver, professor de Psicologia na Occidental College, em Los Angeles, citado pelo The Washington Post, que realça nem sempre ser fácil perceber se a origem desses comportamentos está relacionada com a falta de companhia.
Tal como Noah Snyder-Mackler, o professor de psicologia também afirma que as necessidades sociais de um cão podem, muitas vezes, ser atendidas pelo seu tutor, especialmente se esse humano passar muito tempo dedicado ao animal.