Oito cães das forças armadas alemãs treinaram durante apenas cinco dias para conseguir identificar o coronavírus em humanos. De acordo com um estudo da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover, na Alemanha, os cães ‘farejaram’ a saliva de mais de mil pessoas, tanto saudáveis como infetadas, e conseguiram identificar o coronavírus com uma taxa de sucesso de 94%.
“Pensamos que isto funciona porque os processos metabólicos no corpo de um doente são completamente alterados, e pensamos que os cães são capazes de detetar um cheiro específico das alterações metabólicas que ocorrem nesses doentes”, explicou Maren Von Köckritz-Blickwede, professora da Universidade de Hannover, num vídeo do YouTube.
Vários cientistas defendem que cada doença pode ter um determinado odor associado, o que faz com que, por todo o mundo, cães de serviço sejam treinados para ajudar pacientes com condições tão diversas como cancro, diabetes ou até ansiedade. Segundo os investigadores britânicos, pode também ser o caso da nova doença por coronavírus.
Os seis cães escolhidos para participar nos ensaios – Digby, Jasper, Storm, Asher, Star e Norman– estão a ser treinados pela Medical Detection Dogs, em Milton Keynes, e os testes estão a correr “muito bem”, de acordo com a instituição.
No início de julho, Claire Guest, a cofundadora e chefe executiva da instituição, tinha referido que os cães já estavam a mostrar sinais de que seriam capazes de farejar o vírus.
“O estudo está a avançar muito bem e os sinais são todos realmente positivos”, disse Guest, citada no site da BBC.
Norman, Digby, Storm, Star, Jasper e Asher serão treinados para farejar o vírus em máscaras de proteção usadas pelo pessoal do serviço nacional de saúde britânico em Londres. Os cientistas pretendem analisar se os cães vão conseguir distinguir as amostras positivas das negativas e alertar os treinadores.
Segundo a professora Maren Von Köckritz-Blickwede, no caso do estudo alemão a decorrer, o próximo passo será treinar cães para diferenciar amostras de covid-19 de outras doenças, como a gripe.
Este estudo foi realizado em conjunto com as Forças Armadas alemãs, Faculdade de Medicina de Hannover e Centro Médico Universitário de Hamburg-Eppendorf.