A Petable divulgou na sua última newsletter uma análise realizada em 2018 aos sites de 150 centros de atendimento médico-veterinários (CAMV). Segundo a empresa, criadora da app com o mesmo nome, 53% dos CAMV em Portugal não tinham website.
De acordo com os dados divulgados pela empresa, existiam, à data, em Portugal mais 6,2 milhões de utilizadores de Internet através do telefone. Além disso, o utilizador médio das redes sociais passaria mais de 140 minutos por dia a verificar as redes.
Assim, a presença digital torna-se quase “uma obrigação”, garante a Petable. Por isso, a partir da sua base de dados de 1200 CAMV, a empresa escolheu 150 com o objetivo de realizar um pequeno estudo sobre a pegada digital dos centros em Portugal.
A análise centrou-se em cinco critérios básicos: se o CAMV tinha ou não website, se este se encontrava otimizado para dispositivos móveis, o desempenho do website em termos de velocidade, a sua otimização para motores de pesquisa e, por último, cumprimento de requisitos básicos de segurança.
Tendo em conta que mais de 60% dos portugueses referem que pesquisam online um negócio antes de o visitarem offline, Bruno Farinha, fundador e CEO da Petable, considera que não encontra “grande justificação” para esta situação.
“Mesmo as justificações normais que ouvimos: ‘a minha clientela não liga aos computadores’, ‘a minha clientela é composta sobretudo por idosos’ ou ‘mas tenho página de Facebook da clínica’ não fazem muito sentido”, acrescenta.
Bruno Farinha considera que sem site, se torna mais difícil atrair clientes de segmentos diferentes e, por isso, uma simples página de Facebook não resolverá o problema, uma vez que tem um propósito diferente do website.
Além de apenas 53% dos CAMV terem sites, destes, somente 51% detêm sites otimizados para dispositivos móveis. De acordo com a empresa, a distribuição de tráfego online é cada vez mais dedicada ao online e em Portugal o tráfego móvel apresenta aumentos de 58% anualmente.
Assim, torna-se fundamental que as páginas de web estejam adaptadas para dispositivos móveis, para evitar que o utilizador tenha de fazer ‘zoom’ na página, pois dificulta a navegabilidade.
O algoritmo do Google também privilegia websites com versões responsivas, ou seja, que se adaptem ao dispositivo sem o utilizador verificar diferenças nas funcionalidades.
Bruno Farinha considera que “o pormenor mais importante no desempenho de um website para o utilizador comum é a velocidade com que carrega”, pois, caso não seja rápido, o resto pode não ter importância. Isto deve-se ao facto de 40% dos visitantes abandonarem uma página, caso demore mais de três segundos a carregar. Mesmo de acordo com a Google, o tempo ideal de carregamento é de três segundos.
Porém, na análise realizada pela Petable, muitos sites demoraram mais de dez segundos a carregar, chegando até a verificar um site que demorou 15,4 segundos.
Atualmente, o Searching Engine Optimization, regularmente conhecido por SEO, é uma das razões da popularidade dos sites.
Segundo a Petable, no caso de uma clínica veterinária, 95% do trabalho de SEO está relacionado com a estrutura básica dosite: “Descrições corretas de cada página, cabeçalhos corretamente identificados, um mapa do sitedisponível para os motores de busca poderem correr e determinar toda a estrutura.”
Os conteúdos publicados num site que não cumpram estes requisitos são considerados como menos interessantes pela Google.
A análise realizada indica que 69% das páginas de CAMV portugueses não cumprem os requisitos básicos para serem incluídos numa pesquisa.
A análise da Petable para critérios de segurança analisou dois níveis, por forma a simplificar a análise.
“Para que um site não esteja completamente ‘aberto’ a ser hackeado, e para que todas as ações que os utilizadores cumprem dentro desse site não sejam controladas e exploradas para fins mais duvidosos, um requisito básico é que o domínio do site esteja protegido com algo a que se chama um certificado SSL. Esse certificado permite encriptar a informação do website e garante ao browser que está a mostrar a informação que esta é fidedigna, alterando a ‘forma’ como esse website é mostrado de http, para https”, explica Bruno Farinha.
No caso do Chrome, a informação surge no browser na barra de endereço, que se apresenta um cadeado ‘fechado’, indicando que se trata de um site seguro, e usa o “HTTPS” para ser “mostrado”.
“Assim, como disse inicialmente, colocámos dois parâmetros. Se o website tem um certificado SSL associado ao seu domínio e se esse mesmo site força o uso desse certificado para ser ‘mostrado’ em protocolo https (sendo apenas neste caso verdadeiramente seguro)”, detalha Bruno Farinha.
Contudo, apesar de 47% dos sites dos CAMV terem certificado SSL, apenas 10% forçam a utilização de protocolo “https” e, por isso, apenas esses 10% estão realmente seguros, segundo a empresa.
“Se isto não lhe parece importante, deixo só um exemplo do que pode acontecer: se tiver um formulário de pré-marcações, em que depois reencaminhe essas pré-marcações para o seu e-mail, há duas coisas que estão vulneráveis: todos os dados que o seu cliente colocar no formulário, nomeadamente os dados de contacto, e, muito provavelmente, os dados do seu próprio e-mail (tornando ataques de phishing muito mais fáceis)”, conclui o CEO da Petable.