“People do not decide their futures, they decide their habits, and their habits decide their future.”, Matthias Alexander
Pense naquele projeto que deixou em segundo plano – aquele em que o prazo está a tornar-se desconfortavelmente próximo ou que se sente frustrado porque nunca encontra o momento para começar. E aquele cliente cujo telefonema tem pendente – aquele que não faz nada além de reclamar e devorar o seu precioso tempo, mas é importante porque contribui para o seu negócio de forma regular. Espere, quase consigo ouvir entre as suas promessas de ano novo que este ano é que é: delegará mais e sairá a horas para ir duas vezes por semana ao ginásio e estar mais tempo com a sua família?! Consegue imaginar este novo ano a sentir menos culpa, menos stresse e menos frustração? Feche os olhos e imagine. Tudo isto é possível se de alguma forma começar a fazer as coisas que não quer fazer quando realmente deveria fazê-las. E nem é preciso convencê-lo do quanto mais feliz e eficaz seria!
Gosto de começar o ano com boas notícias. É uma forma de condicionamento do nosso cérebro recorrendo à positividade. Pois aqui vai: simplesmente não adiando as coisas que já tem no seu planeamento, a sua vida pode ficar muito melhor, só depende da estratégia que utilizar e para isso, meus senhores da ciência, é importante saber porque está a procrastinar: diagnóstico.
Noutros artigos deixei-vos algumas dicas, mas como sabemos que “one size doesn’t fit all” resolvi partilhar três estratégias um pouco mais disruptivas.
#Quando tem receio (medo) de não estar à altura do desafio ou fazer asneira.
Adote um “foco na prevenção”.
Há duas maneiras de olhar qualquer tarefa. Um prisma de conquista ou realização: se fizer esta tarefa ou projeto ficarei melhor, terei sucesso, reconhecimento e serei o maior. Os psicólogos chamam-lhe foco na promoção, motivado pelo otimismo. Mas não há bela sem senão e por detrás deste foco está a ansiedade e a dúvida e o resultado mais comum é não iniciar nenhuma ação.
Conhece alguém que goste de perder? Perder, nem a feijões! Neste caso passa-se o mesmo: se colocarmos o foco na prevenção, naquilo que pode perder ou não ganhar, custo de oportunidade, fica claro que a única saída é agir imediatamente. Quanto mais preocupado está, mais rápido começam as lides. Irónico não?! Escrever este artigo é um belíssimo exemplo disto. Mais do que o que eu posso sentir ao escrever dentro dos tempos que me foram propostos; o sentimento de falhar um prazo e dececionar as pessoas que confiam em mim fez-me acelerar o passo e organizar-me (em cima do deadline) para cumprir o prometido.
#Quando não está “in the mood” e não lhe apetece fazer nada.
Para os amantes da saga ‘Star Trek’ já dizia o Spock “Controle as suas emoções ou elas irão controlá-lo”.
Fisicamente nada o impede (na maioria das situações) e quem é que lhe disse que para começar algo tem que se sentir motivado, tem que sentir algo que o impele a sair da cama e começar aquele projeto que tem na gaveta há dois verões. Em algum momento todos nós nos agarrámos a esta desculpa 100% absurda. Conhecemos muitos artistas, empreendedores entre outros que se forçaram a rotinas de trabalho sem pinga de inspiração e motivação e pela sua persistência e compromisso foram bem-sucedidos. “Inspiração é para amadores. O resto de nós simplesmente aparece e começa a trabalhar. Nunca fui uma dessas pessoas que precisam de ter uma situação perfeita para pintar. Eu posso fazer arte em qualquer lugar, a qualquer momento, não importa. Conheço muitos artistas para quem o ter o espaço perfeito é essencial. Perdem anos arrumando, construindo e ajeitando. Parece ser uma maneira de não ter que trabalhar”, Chuck Close.
Não há nada que o impeça. Comece agora. Desde o objetivo ou projeto que deseja, a simplesmente adotar uma atitude proactiva no trabalho, esquecendo o contexto que lhe parece menos favorável, está nas suas mãos. A mudança começa em cada um de nós. Confie no poder das ações positivas nas equipas e nas empresas, pode ser que se surpreenda.
#Quando está a adiar alguma coisa porque é difícil, chato ou desagradável.
Use a estratégia do “se…então…”
Mais uma vez recordo-lhe que não pode estar dependente da sua força de vontade porque, seguríssimo, ela vai falhar-lhe. Há que começar com o fim em mente: se…então…”se um cliente chegar rezingão e conflituoso…então eu vou recebê-lo com um sorriso enorme e com toda a disponibilidade que puder…”, “se o meu chefe me tratar de forma desrespeitosa…então agendarei uma reunião com ele e falarei do impacto que as suas ações tiveram em mim”, “se rotineiramente me esqueço de fazer os relatórios médicos…então às 4ª e 5ª bloquearei a minha agenda 1h para cumprir esta tarefa”, etc..
Tudo o que possamos planear e definir os passos e resultados ajuda à ação e prepara-nos para hábitos de eficiência, não reativos ou emotivos. Trabalhe dois ou três hábitos que gostaria de melhorar. Estudos mencionam que esta técnica melhora a produtividade e cumprimento dos objetivos em mais de 200%. Se não acredita em mim, experimente hoje mesmo!
Seria espectável no conteúdo de um artigo de início de ano algo como “Siga a sua paixão”, “Seja positivo”, “Escolha um trabalho que adore e não trabalhará um único dia da sua vida”, verdade? Mas se queremos realmente ser bem-sucedidos, cada princípio de ano é o momento oportuno para traçar o rumo e fazer o reconhecimento das fragilidades que transportamos. Comece dentro. É normalmente aí que estão as maiores barreiras ao sucesso. Prepare-se como qualquer atleta. Demasiados contentam-se em ver os outros crescer, buscar a eficácia e a felicidade. E porque a sua vontade de ser melhor o trouxe até ao fim deste artigo, parabéns; deixo-lhe os meus votos de um 2019 fantástico.