Os produtores de gado suíno sofrem uma mortalidade média de 20% por cada ninhada de leitões, um número que representa uma questão importante no bem-estar do animal e uma perda económica para o produtor. Em média, a mortalidade neonatal pode custar àquele 2,56 leitões por ninhada, duas vezes ao ano, avançou o “Alpha Galileo”.
A título de exemplo, com os preços actuais, um negociante com uma vara de 250 porcos poderia perder mais de 50.000 euros anuais devido à morte prematura dos leitões.
Neste sentido, a investigação, que contou com o apoio do Governo escocês, sugere algumas estratégias práticas para auxiliar os produtores a aumentar os benefícios enquanto, simultaneamente, melhoram a qualidade de vida dos porcos e leitões.
Tradicionalmente, os produtores utilizam compartimentos próprios onde colocam os leitões recém-nascidos para evitar que estes sejam esmagados acidentalmente pela mãe. Contudo, sabe-se que estes compartimentos enraivecem as fêmeas fecundas e podem estar relacionados com outras causas de mortalidade dos leitões, como o canibalismo.
Face à realização de várias campanhas públicas que manifestaram o seu receio relativamente à utilização daqueles compartimentos, os investigadores do Welfare Quality centraram-se no estudo dos factores genéticos que determinam a mortalidade dos leitões e na possibilidade de aumentar as oportunidades de sobrevivência de um leitão através da selecção genética em instalações com interiores sem jaulas e em sistemas extensivos.
Os investigadores descobriram que quando os leitões encontram a úbere e podem mamar rapidamente apresentam taxas de sobrevivência maiores.
Esta vitalidade prematura combinada com características físicas – peso e forma corporal adequada – supõe uma maior taxa de sobrevivência.
De facto, os leitões que morreram ao nascer eram desproporcionalmente compridos e magros, enquanto os leitões que sobreviveram estavam melhor proporcionados e apresentavam uma camada de gordura maior.
As características das porcas são tão importantes como as dos leitões no que se refere à sobrevivência destes últimos. A probabilidade de sobrevivência dos leitões aumentava se a mãe lhes proporcionasse uma placenta eficiente que lhes permitisse desenvolver o peso e forma adequados para crescer.
As placentas pobres, isto é, as que não proporcionavam as condições requeridas, aumentavam as taxas de mortalidade. Além de seleccionar fêmeas que ajudem ao desenvolvimento dos seus leitões, devem-se seleccionar também aquelas que revelem um bom comportamento maternal.
Estas devem estar tranquilas e sossegadas durante o parto e tombar lenta e cuidadosamente, reduzindo assim o risco de esmagar acidentalmente os leitões.
Welfare Quality: Projecto visa melhorar bem-estar de animais de produção em cadeia alimentar
A mortalidade dos leitões recém-nascidos constitui uma preocupação económica e de bem-estar de primeira ordem para o Welfare Quality. O projecto financiado pela União Europeia (UE) foi arquitectado para integrar o bem-estar dos animais de produção na cadeia alimentar.