A Associação Nacional de Veterinários Municipais (Anvetem) disse na passada semana estar preocupada com a entrada em vigor da lei que proíbe o abate de animais em canis, prevendo um aumento dos ataques em matilha e o regresso da raiva.
Em declarações ao Jornal de Notícias, Ricardo Lobo, presidente da Anvetem, diz que a falta de capacidade de resposta dos canis municipais faz com que a aplicação da lei já no próximo dia 23 de setembro não seja viável.
“Vamos perguntar à tutela qual é o dispositivo legal que vai ter prioridade. Muito provavelmente vamos deixar de recolher, que é o mais fácil. E aí teremos problemas de saúde pública muito graves, como a raiva. Vamos recuar 30 anos”, defende.
De acordo com Ricardo Lobo, ainda não há capacidade para recolher todos os animais errantes e não os abater, uma vez que a capacidade dos canis em Portugal é cinco vezes inferior ao número de animais recolhidos nas ruas.
O presidente da Anvetem diz ainda que a resolução do problema deve começar na consciencialização da população. “Tem de haver sensibilização nas escolas, desde tenra idade, de que nem todas as famílias podem ter animais. Tem de haver uma identificação dos animais e uma fiscalização e punição exemplar. Isto são políticas a 10/15 anos. Não podemos tratar os cães como resíduos urbanos.”