Os médicos veterinários portugueses são dos mais afetados pelo desemprego em toda a Europa, com uma taxa de desemprego de 5,3%. A conclusão é de um estudo realizado pela Federação dos Veterinários da Europa, que revela ainda que um quarto dos desempregados desta área está sem trabalhar há mais de dois anos.
De acordo com Emir Chaher e Paulo Gomes Pereira, “caso a tendência se mantenha, dentro de dez anos iremos ter um rácio de veterinários por cada dez mil habitantes que será duas vezes superior ao de países como França, Reino Unido e Alemanha.”
No Congresso da OMV, que decorreu no dia 25 de novembro no Centro de Congressos de Lisboa, Paulo Pereira apresentou os resultados do estudo da FVE e referiu que “é necessário estudar os problemas laborais que existem atualmente e fazer pressão junto das autoridades para investigarem os casos”.
“Conseguimos superar as piores estimativas e em 2013 atingimos um incremento de quase 140% na população de médicos veterinários em Portugal. No mesmo período (2000-2013), a população nacional aumentou menos de 5%”, referem Emir Chaher e Paulo Gomes Pereira.
Recentemente, Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários disse em entrevista ao jornal Público que “as faculdades de medicina veterinária estão a vender um sonho que não se vai realizar”, já que estão a formar jovens “para o desemprego”.
“Não olhem para este curso como sendo rentável, porque as saídas profissionais cada vez são menos: o Estado deixou de empregar e o sector leiteiro, que dava muito trabalho, foi concentrado em grandes explorações que empregam um único veterinário”, referia.
