A utilização de animais em experiências científicas continua a ser um dos temas que mais discussão gera entre ativistas dos direitos dos animais e a comunidade científica. Um artigo recentemente publicado no P3, do jornal Público, mostra que caminhamos para um futuro em que os animais já não serão usados na investigação científica, mas até lá ainda será preciso esperar algumas décadas. Ou será que não?
Anna Olsson, investigadora do I3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde) ouvida pelo jornal, refere que “o mito prevalente e propagado é que, como existem algumas alternativas, tudo o que não é substituído é porque os cientistas não querem. Esta não é a minha visão nem dos meus colegas investigadores que usam animais”.
O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que em 2015 conseguiu garantir assento parlamentar, tem feito desta questão uma das suas bandeiras e explica ao P3, pela voz de André Silva, porta-voz do partido, que “não se trata de uma questão apenas emocional e empática em relação aos animais de laboratório indefesos, mas sim de lutar contra uma ciência ultrapassada que ainda utiliza animais nas suas pesquisas e que, no limite, pode levar a resultados pouco confiáveis”.
De acordo com dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), em Portugal utilizam-se cada vez menos animais para fins experimentais. Em 2011 foram utilizados 46 556 animais para fins científicos. Em 2010 o número foi de 67 359 animais. Já mais recentemente, e a pedido do PAN, a DGAV revelou que entre 2011 e 2014 foram utilizados 25 606 animais em experiências científicas.