Contudo, ontem, a “RTP” optou por não transmitir a 1ª Corrida TV Lezíria, inserida nas tradicionais festas do Colete Encarnado, noticiou o jornal “Público”.
Independentemente a posição tomada pelo canal público de televisão, a empresa Tauroleve salienta que a decisão judicial é uma das notícias «mais importantes» para a festa dos toiros e que a 2ª Secção da 6ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa «não reconheceu o mínimo fundamento» à providência da Animal, que argumentava que as corridas de toiros são um espectáculo violento e, como tal, não deve ser visto por crianças.
A providência acabou, assim, por inviabilizar a transmissão televisiva de uma das corridas organizadas por Santarém durante a recente Feira Nacional da Agricultura. Da mesma forma, a transmissão da corrida de Vila Franca, organizada em conjunto com a Casa do Pessoal da “RTP”, também esteve em dúvida até ontem, acabando por não ser transmitida.
«A vitória contra a Associação Animal obriga a que todos os aficionados se juntem maciçamente neste espectáculo, para que possamos demonstrar, contra todos aqueles que tentam denegrir as nossas raízes, cultura e força, a bem das nossas tradições», afirmou a empresa Tauroleve.
O problema da providência cautelar da Animal já fora discutido na reunião de quarta-feira da Câmara de Vila Franca de Xira. Para o vereador Rui Rei (eleito da coligação PSD/CDS-PP) a atitude da Animal insere-se num plano mais amplo para extinguir as tradições tauromáquicas por toda a Europa, acrescentado que apresentar uma providência cautelar deste género não faz sentido quando os telejornais transmitem imagens muito mais violentas.
O vereador questionou mesmo se os municípios com tradição taurina não deveriam criar um gabinete jurídico que reaja a estas situações.
Já a socialista Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira recordou que a secção de municípios com tradição taurina da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) se reuniu, recentemente, em Vila Franca de Xira, tendo agendado para Outubro uma reunião mais alargada, para analisar uma proposta, a entregar na Assembleia da República, com a finalidade de ver transferidas para as câmaras as competências de licenciamento de espectáculos tauromáquicos.
«O facto de haver um conjunto de pessoas que se está a manifestar contra a festa dos toiros não deve ser acolhido com serenidade pelos aficcionados. Deve haver lugar para quem gosta e para quem não gosta. Não deve é haver por parte de quem não gosta uma tentativa de proibição, porque também podemos avançar com providências cautelares para um conjunto vasto de situações. Há várias pessoas e várias medidas à volta do assunto que, a seu tempo, daremos a conhecer», acrescentou a responsável.
Tribunal indefere providência cautelar da Animal contra transmissões de touradas
O Tribunal Cível de Lisboa indeferiu a providência cautelar apresentada, no início do mês passado, pela Associação Animal, que defendia a interdição da transmissão televisiva de corridas de touros antes das 22h30, anunciou a empresa concessionária da Praça de Touros Palha Blanco de Vila Franca de Xira.