Segundo o “Medical News Today”, os investigadores esperam agora que a descoberta possibilite o desenvolvimento de um teste de detecção através da urina para evitar o abate de muitos bovinos potencialmente infectados, como acontece quando a doença é detectada.
A descoberta de uma nova variante humana da doença de Creutzfeldt-Jacob [CJD, na sigla em inglês], que se crê que possa ser transmitida aos humanos através do consumo de produtos infectados com a doença, fez com, que muitos países instituíssem programas de testes extensivos para detectar a BSE em animais mais velhos.
Actualmente, o teste para diagnosticar a doença envolve a detecção de priões infecciosos em amostras de tecido cerebral <i>post-mortem</i>.
A BSE tem provocado mudanças significativas na forma como os produtos à base de carne são produzidos e tratados. Neste contexto, se for desenvolvido um teste simples e eficaz à urina graças a esta descoberta, este poderá ser realizado em animais vivos, constituindo uma alternativa aos actuais procedimentos postos em prática para combater a doença e também a saúde de animais de criação em que os testes <i>post-mortem</i> não são uma opção.
«Estamos confiantes de que o conhecimento que adquirimos através deste estudo pode eventualmente conduzir ao desenvolvimento de um teste possível de ser efectuado em animais vivos», afirmou David Knox, investigador no Public Health Agency of Canada’s National Microbiology Laboratory, em Winnipeg.
Além disso, segundo o responsável, «poderá vir a ser possível desenvolver testes semelhantes para outras espécies, incluindo humanos com doença de Creutzfelt-Jacob. Um teste à urina para a CJD poderia ajudar os médicos a efectuar potenciais diagnósticos para pessoas com demência».
A equipa de investigadores liderada por Knox analisou as proteínas presentes em amostras de urina retiradas de quatro vacas infectadas e quatro vacas sãs com a mesma idade durante o percurso da doença. As proteínas presentes nas amostras de urina das vacas infectadas e saudáveis foram, posteriormente, comparadas com recurso a uma técnica denominada gel de electroforese bidimensional diferencial (2-DDIGETM).
Nos resultados preliminares, uma única proteína foi capaz de distinguir os dois grupos de animais analisados. Além disso, a abundância relativa de um conjunto de proteínas pode determinar com maior precisão a evolução da doença.
«O nosso trabalho demonstra que é possível identificar biomarcadores na urina que podem ser úteis no diagnóstico e monitorização da progressão da BSE e encefalopatias espongiformes transmissíveis relacionadas», concluiu Knox.
Teste de urina poderá para detectar BSE em animais vivos
Um estudo publicado na revista “Proteome Science” da BioMed Central, demonstrou que os níveis de proteínas em amostras de urina podem indicar tanto a presença e a evolução da encefalopatia espongiforme bovina (BSE, na sigla em inglês).