Publicado na revista científica Journal of Feline Medicine and Surgery, o estudo realizado por investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona revela que o stress pode aumentar o risco de doença em gatos e levar a mudanças comportamentais difíceis de gerir pelos donos dos animais.
A investigação traz alguns esclarecimentos acerca das causas e efeitos do stress em gatos, até aqui praticamente desconhecidos: mudanças no ambiente em que vive o gato, uma má relação com humanos, conflitos com outros gatos e falta de controlo e previsibilidade.
Efeitos do stress em gatos
Nos felinos, o stress prejudica o comportamento ‘normal’. Conforme descrito no estudo, “o stress faz com que um gato doméstico se torne menos ativo e divertido, e afeta a sua capacidade de interagir com outros gatos e humanos.”
Para além destes efeitos, são ainda apontados resultados como perda de apetite, ou aumento em alguns casos, e desenvolvimento de comportamentos compulsivos, como a limpeza do pêlo, que em alguns casos chega a cair.
“Os gatos são, naturalmente, animais curiosos e sociais, mas quando estão stressados podem parar de explorar e esconderem-se por longos períodos de tempo, tornando-se até mais agressivos”, indica a investigação.
Os responsáveis pelo estudo apontam ainda algumas estratégias que acreditam poderem pôr fim ao stress dos felinos. Entre elas está um método com três fases que tem como objetivo reduzir o conflito entre gatos que vivam debaixo do mesmo teto.
“É importante que os gatos que permaneçam debaixo do mesmo teto sejam separados em diferentes áreas da casa, cada um com o seu próprio espaço, comida e água. Depois, os gatos devem ser introduzidos no território de cada um sem que o outro esteja presente, para que se possam habituar ao cheiro do outro. Quando os gatos parecerem relaxados no território de cada um, deve-se iniciar a fase de ‘habituação visual’. Nessa fase, os gatos já podem ver-se um ao outro, mas ainda com uma barreira de segurança. A duração dessas sessões de contacto visual deve-se tornar-se, progressivamente, maior, até que a barreira possa ser removida e os animais possam interagir de forma normal”, explicam.
Também este ano, já havia sido publicado na mesma revista científica um estudo da Universidade de Lisboa que revelava que a música clássica ajuda os gatos a relaxar durante as cirurgias.