Segundo Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, o problema reside em dois aspectos específicos: a proposta do Governo de uma carreira com duas categorias e não uma carreira horizontal – como os enfermeiros exigem – e o pagamento de horas extraordinárias, não como tal, mas como horas normais de trabalho.
«A nossa questão nunca foi fazer ou não trabalho extraordinário, mas sim a forma como somos remunerados por isso», clarificou a sindicalista.
Aos parceiros sociais, a tutela referiu, em comunicado, que os horários acumulados de 42 horas semanais têm sido «um factor de aumento dos custos sem benefícios para a qualidade assistencial. Por isso, entende-se que o período normal de trabalho corresponde a 35 horas, com a possibilidade de aumento do número de horas de trabalho, embora com um valor igual ao do valor hora previsto para o horário normal», lê-se no documento citado pelo “Diário de Notícias”.
José Azevedo, também membro do sindicato, referiu à “Lusa” que os enfermeiros «estão a pagar uns aos outros as horas extraordinárias». De acordo com o dirigente, as instituições de saúde estão a pagar em folgas essas horas, pelo que quando há um enfermeiro a gozar um dia, outros ficam sobrecarregados.
Sindicato dos Enfermeiros ameaça fazer grave em Setembro
Os sindicatos dos enfermeiros ameaçam avançar com uma greve para a próxima semana, se o Ministério da Saúde não alterar as propostas para a revisão das carreiras.