A New Global representa em Portugal várias marcas de alimentação natural para cães e gatos – como Acana, Orijem, Canidae, Naturediet e Natures Menu – e para Luís Ferreira Rodrigues, diretor da marca, “a questão fundamental é saber a origem das matérias-primas”, para garantir a segurança dos alimentos. “E nós sabemos”.
A empresa nacional existe desde 2004 e até 2011 era a importadora no nosso país de uma grande marca internacional de alimentação natural, que depois foi comprada por um dos gigantes da alimentação mundial (não só de alimentação animal, mas também). A partir dessa data Luís Ferreira Rodrigues procurou outras marcas que garantissem a qualidade e proveniência das matérias-primas.
Para o diretor da New Global, esta é uma das diferenças principais entre as rações e a comida fresca (BARF – Biologically Appropriate Raw Food) das marcas que representa e as outras rações premium normais/não naturais do mercado. “Quando temos principalmente ingredientes frescos, e muito poucos processados, sabemos de onde vêm estes ingredientes e muito poucos fabricantes sabem isto, porque nas grandes empresas as matérias-primas são compradas a brokers”.
Luís Ferreira Rodrigues, sendo médico veterinário, salienta que “somos uma empresa comercial, mas adoramos os animais que servimos e por isso selecionamos criteriosamente os nossos fornecedores”. No caso da Canidae, por exemplo, lembra que além de ingredientes frescos utiliza um número reduzido de ingredientes, tornando a alimentação do animal o mais simples possível.
“As grandes marcas, devido à enorme quantidade de rações que fabricam, não têm condições para usar alimentos frescos”, utilizando apenas alimentos processados, suplementos e aditivos.
BARF será melhor?
Quanto à Natures Menu, que aposta na alimentação BARF ou RMBD – Raw Meat-Base Diets, o responsável frisa que aqui “é que não há mesmo nada processado, é tudo fresco, pelo que o cuidado que temos com os ingredientes é ainda maior”. Tudo é cru e depois congelado em pequenos cubos que podem ser descongelados e mantidos no frigorífico “para serem consumidos dentro de 24h”, para garantir a frescura e segurança do alimento.
Esta área do BARF, já o referimos no primeiro artigo deste dossier, é o tema que tem gerado mais polémica com médicos veterinários e especialistas em nutrição a esgrimirem argumentos pró e contra, baseando-se nos benefícios e potenciais riscos desta alimentação.
Vários especialistas nacionais e estrangeiros salientam que não há estudos sobre os seus benefícios e, especificamente sobre o BARF há estudos que indicam que os riscos podem ultrapassar os benefícios devido, nomeadamente, à presença de salmonelas ou outros potenciais agentes infeciosos.
Por isso Luís Ferreira Rodrigues tinha destacado precisamente a importância de saber a origem das matérias-primas e os cuidados sanitários no processo de fabrico, para garantir esta segurança, uma vez que se está a lidar com alimentos crus, mais suscetíveis de desenvolver bactérias, etc.
O responsável salienta que esta alimentação tem sido bem aceite, pelo que “temos já algumas arcas em lojas da especialidade e mesmo clínicas veterinárias, principalmente de médicos mais jovens que seguem uma filosofia de tratar e alimentar os animais com menos ‘químicos’”.
À conquista de Espanha
A New Global é a representante de algumas das suas marcas também para o mercado espanhol (como a Canidae e a Natures Menu) e o responsável referiu à VETERINÁRIA ATUAL que “o mercado espanhol está mais maduro em termos de alimentação natural e as nossas marcas têm tido uma muito boa aceitação”.
E acrescenta: “nos dois últimos anos temos crescido consideravelmente no mercado espanhol, com várias cadeias de lojas, como a Kywoko ou a Tienda Animal, a venderem as nossas marcas. Também já temos cerca de 60 arcas da Natures menu espalhadas por todo o país”.
Luís Ferreira Rodrigues considera que o segmento da alimentação natural vai crescer ainda mais em 2017, com forte destaque para o BARF, porque é a mais natural de todas.