Muitos donos de cães reportam que os animais parecem reconhecer as suas emoções e um estudo recentemente publicado dá algumas piscas para tentar compreender como e porquê. De acordo com a School of Life Sciences da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, os cães reconhecem as emoções humanas através de diferentes informações sensoriais, uma capacidade até agora só identificada nos humanos e nos primatas.
Segundo os responsáveis pela descoberta, os cães combinam informações sensoriais de forma a identificar os estados emocionais quer dos humanos, quer de outros cães. Um estudo publicado em 2015 já havia revelado que os cães conseguem diferenciar as emoções humanas através de associação, ligando determinadas emoções a expressões faciais.
Mas a investigação agora publicada desafia essa teoria. Daniel Mills, um dos autores do estudo, refere que “muitos donos de cães reportam de forma quase anedótica que os seus animais parecem extremamente sensíveis aos estados de humor dos humanos. Contudo, existe uma diferença importante entre comportamento associativo, como aprender a responder de forma apropriada a uma voz zangada, e reconhecer um leque de diferentes pistas que juntas indicam um estado emocional no outro.”
Fotos e ficheiros áudio
O estudo revela que os cães reconhecem, de facto, as emoções dos humanos e em outros cães. Para chegar a esta conclusão, os investigadores analisaram 17 cães domésticos, mostrando-lhes fotografias de humanos e de outros cães a demonstrarem expressões faciais de felicidade e de agressividade. Além das fotografias, foram ainda mostrados ficheiros áudio de humanos e de cães pouco familiares aos cães da experiência.
Os resultados mostram que, quando era mostrada aos animais uma imagem cujo estado emocional correspondia ao do ficheiro áudio ouvido, os cães passavam muito mais tempo a olhar para a imagem.
Segundo os cientistas, isto significa que os cães combinam diferentes informações sensoriais para criar um retrato mental de emoções negativas e positivas quer de humanos, como de outros caninos.