A Purina realizou recentemente, em Milão, em Itália, o simpósio ‘Eixo intestino cérebro e a modulação imunitária’. O evento reuniu mais de 90 médicos veterinários para discutir temas relacionados com a medicina interna e a gastroenterologia.
Numa nota enviada às redações, a marca, que pertence ao grupo Nestlé, revela que “tem desenvolvido estudos intensivos sobre probióticos, como podem melhorar a microbiota intestinal e suportar a saúde, investigando os vários mecanismos de ação. O simpósio possibilitou uma discussão sobre os mecanismos de ação dos probióticos, de como podem ajudar em patologias gastrointestinais como a diarreia, bem como o mecanismo de ação para a estimulação da imunidade, e o seu papel no eixo microbiota-intestino-cérebro.”
Jan Suchodolski, especialista em ciências do microbioma, falou sobre o impacto do microbioma na saúde geral dos animais de companhia. O responsável descreveu o microbioma como um órgão metabólico com um importante impacto na saúde dos animais de companhia. Este impacto já foi descrito no sistema gastrointestinal, bem como em patologias não intestinais, como dermatite atópica, diabetes mellitus e obesidade.
Suchodolski abordou também o tema da disbiose intestinal e como está associada a alterações gastrointestinais agudas e crónicas, e de como alterações na microflora secundárias a tratamentos com antibióticos podem persistir no tempo, que recorrentemente tratamos com novos antibióticos.
Já a médica e investigadora Naama Geva-Zatorsky falou sobre o eixo intestino-cérebro, com a apresentação dos estudos que desenvolveu sobre as interações da microbiota intestinal e o seu papel na fisiologia do hospedeiro. Segundo estudos recentes, existe uma correlação entre a microbiota intestinal e alterações cerebrais, como alterações comportamentais e alterações psicológicas. Naama referiu ainda que existe um número cada vez maior de estudos que associam a microbiota intestinal ao tratamento de doenças imunomediadas, como por exemplo, a exposição das crianças a animais de companhia reduz o risco de asma.
Anna Maria Eleuteri, especialista em bioquímica clínica, explicou como a modulação da microbiota intestinal, através da administração de probióticos, pode modular as vias metabólicas, aumentar a atividade enzimática antioxidante e favorecer os mecanismos de reparação do DNA, e Mike Lappin, especialista em doenças infeciosas, enfatizou a importância de confirmar o probiótico em cada produto comercial e que estudos de suporte apresentam sobre a estirpe bacteriana utilizada. Referiu que existe evidência de que alguns probióticos induzem efeitos imunomoduladores com benefícios potenciais para o maneio da doença inflamatória intestinal, atopia, ou doenças infeciosas com envolvimento sistémico (ex. herpesvírus felino-1, FHV-1).
Por fim, Ebenezer Satyaraj, imunologista e diretor de Nutrição Molecular no Centro de Investigação Nestlé, falou sobre como a nutrição pode impactar o sistema imunitário, através de ingredientes especiais ou através de probióticos. O intestino é o maior órgão imune, logo uma parte significativa do sistema imunitário pode interagir com o que comemos ou com o que disponibilizamos aos nossos animais de companhia. Satyaraj, que já estudou o efeito do colostro sobre os sistemas gastrointestinais e imunitário, referiu que suplementar a microbiota intestinal com colostro aumentou de forma significativa a diversidade e estabilidade da microbiota.