A equipa – 36 cientistas de várias instituições – recorreram ao material genético de mais de 900 cães (de 85 raças e lobos) do mundo inteiro. Foi, assim, possível criar uma espécie de árvore genealógica da espécie. Porém, o resultado do estudo revelou-se inesperado, uma vez que a localização geográfica das raças não parece ter relação com as diferenças genéticas entre elas, contrariamente às espécies que evoluem naturalmente. Afinal, é a selecção artificial humana a principal responsável pela evolução canina e não a selecção natural.
Segundo Robert Wayne, biólogo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, a selecção artificial aconteceu em dois momentos. O primeiro deu-se no Médio Oriente quando surgiram cerca de 20% das raças actuais. Foi na mesma altura em que surgiu a agricultura, ou seja, há 10 mil anos, e onde os laços entre os cães e humanos se estreitaram. O outro momento foi no século XIX, quando passou a ser moda criar novas raças de cães e apareceram 80% das actuais, segundo os cientistas.