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Prémios Veterinária Atual

Prémios Veterinária Atual: Laboratório de Resistência aos Antibióticos e Biocidas, FMVUL, vence Prémio Investigação

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O Laboratório de Resistência aos Antibióticos e Biocidas, da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, foi o vencedor do Prémio Investigação nos Prémios Veterinária Atual 2016. A iniciativa, promovida pela revista Veterinária Atual, destaca os projetos que, na opinião do júri, mais se distinguiram na medicina veterinária em Portugal.

Constança Pomba, professora associada e responsável pelo projeto, agradeceu a distinção e referiu ser uma honra receber o prémio. “Este é um trabalho de equipa que já tem alguns anos e é um prazer trabalhar em equipa e com amigos”.

O recente aparecimento da resistência à meticilina em Staphylococcus pseudintermedius (MRSP) veio complicar o tratamento de infeções causadas por estas bactérias. São necessárias novas estratégias de tratamento, nomeadamente através do desenvolvimento de vacinas para o controlo de infeções bacterianas.

“Estudos imunológicos anteriores demonstram que cães com infeção cutânea são capazes de montar uma resposta imunitária mediada por imunoglobulina (Ig) G contra proteínas de S. pseudintermedius. Os novos avanços na proteómica em conjugação com técnicas imunológicas possibilitam hoje caracterizar as proteínas que são reconhecidas pelos soros de animais infetados. A descoberta de proteínas com capacidade antigénica pode ser assim alcançada, o que pode levar ao desenvolvimento de novas terapêuticas”.

O objetivo do estudo em questão foi “caracterizar o proteoma de S. pseudintermedius através de uma abordagem de 2-DE MALDI-TOF/TOF, seguido de uma Análise Proteómica Serológica (SERPA) para identificar potenciais antigénios candidatos a vacina. Conseguimos identificar 361 proteínas únicas, das quais 39 eram proteínas de superfície”.

A fim de avaliar o potencial imunogénico de proteínas de S. pseudintermedius foi realizada a técnica de Western Blot, a partir de géis bidimensionais, utilizando soro de cães saudáveis, soros de cães infetados com S. pseudintermedius e com dermatite atópica e soros de cães não infetados com S. pseudintermedius e com dermatite atópica.

Apenas as proteínas imunogénicas detetados por ≥50% dos soros de cães infetados com S. pseudintermedius e com dermatite atópica e por <50% dos soros de cães saudáveis foram excisadas e identificadas. As proteínas identificadas pela IgE não foram consideradas como alvos de vacinas, porque proteínas poderiam induzir hipersensibilidade.

Pela Análise Proteómica Serológica  foi possível identificar 13 proteínas únicas, com 4 proteínas antigénicas a exibir características promissoras para o desenvolvimento de uma vacina (proteínas de superfície). A abordagem SERPA empregue neste estudo revelou novos alvos terapêuticos candidatos para o controlo de infeções por S. pseudintermedius.

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