Ouvimos falar do caso pela primeira vez na semana passada quando a polícia federal do Brasil realizou uma operação para recolher provas de que uma organização criminosa estaria a operar no país para vender carne ilegal e produtos estragados para outros países.
A fraude detetada abrange 21 estabelecimentos de produção de carne, quatro dos quais “estavam autorizados a exportar para a União Europeia”. A Comissão Europeia emitiu um alerta a indicar que essas empresas estão impedidas de exportar para a UE e o Ministério da Agricultura confirmou que que todas as remessas de produtos de origem animal provenientes do Brasil foram submetidos a controlos de identidade e nenhum foi classificado como “não satisfatório”.
Em 2016, Portugal importou de forma direta cerca de 524 519 quilos de carne do Brasil, mas de acordo com Rui Rosa Dias, professor de marketing agroalimentar no Instituto Português de Administração de Marketing, ouvido pela revista Sábado, o escândalo poderá não ter grande impacto no mercado nacional, podendo ser até uma oportunidade.
“O escândalo tornou-se viral nas redes sociais e haverá uma propensão para o consumidor se questionar quanto à qualidade da carne. Penso que haverá uma quebra no consumo de produtos de origem cárnica”, explica à revista.
“Pode ser uma oportunidade para o sector nacional para se revitalizar, fazer crer aos portugueses que o produto nacional passa por mecanismos de verificação mais apertados e passar a mensagem para que consumam produtos nacionais”, conclui.