A Associação Pata D’Açúcar – Medical Dogs for Diabetics, uma organização recentemente criada para potenciar as capacidades olfativas do cão para que este seja capaz de detetar sinalizar situações de baixas de glicémia em pacientes com diabetes, continua empenhada em “abrir novos horizontes ao doente diabético no que diz respeito ao autocontrolo dos seus níveis de glicémica, destacando para o efeito a importância do cão”.
De acordo com a associação, quando são devidamente treinados ao nível do olfato apurado, os cães podem ser um animal de companhia importante na deteção antecipada de eventuais episódios de hipoglicémia. “Este projeto cumpre, também, o objetivo de contribuir para a diminuição da taxa de abandono destes animais no nosso país”, refere a organização.
Em Portugal, cerca de um milhão de portugueses com mais de 30 anos de idade sofre de diabetes, doença que mata mais de 12 pessoas por dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a prevalência da diabetes tem vindo a aumentar nas últimas décadas e Portugal não é exceção, estimando-se que 9,2% dos portugueses (aproximadamente 952 mil pessoas) sofram desta doença, predominantemente homens (10,7%), mas também mulheres (7,8%).
“Este projeto – cujo mote assenta na premissa ‘Ajude-nos a ajudar, por uma Diabetes melhor’ – arrancou e dezembro de 2016 e procura, através do conceito que o sustenta, ajudar o doente diabético no controlo diário da autogestão da glicemia, tendo por base três características que o cão tem e que são determinantes na concretização do seu objetivo prático: além de ser um animal de companhia muito importante, o aproveitamento das suas capacidades olfativas inatas e a capacidade final, após o treino especializado, em detetar e sinalizar as baixas de glicemia através da saliva do doente diabético (sobretudo no período da noite) fazem com que seja o animal perfeito para este tipo de doente”, acrescenta a Associação Pata D’Açúcar.
O olfato é considerado o sentido mais importante nos cães, razão pela qual este animal é o ideal para apoiar estes pacientes, já que “o nariz do cão tem um vasto conjunto de fendas permanentes que podem variar de animal para animal e que são consideradas como impressões digitais caninas.”
Neste momento o projeto encontra-se na segunda fase de implementação, que terá uma duração aproximada de um ano e que envolve três momentos: primeiramente foi feita a seleção de instituições beneficiárias onde foram resgatados dois animais após uma seleção exaustiva das suas capacidades e feita, também, a seleção das empresas que estão a apadrinhar estes dois animais, das quais a farmacêutica Abbott faz parte; no segundo momento será feito o treino e certificação dos dois cães pela Associação Pata D’ Açúcar – Medical Dogs for Diabetics e por último, no terceiro momento, será feita a entrega para tutela, a partir de 20 de dezembro de 2017, dos animais treinados a dois doentes diabéticos, sem qualquer custo para os mesmos.