Criada em 1995, a AVC é constituída por um grupo de 44 médicos veterinários de 11 países [10 europeus e a Austrália]. O que os une? «Fazemos trabalhos de consultoria com empresas diversas, como na Indústria Farmacêutica, matadouros e outras organizações privadas e públicas, às quais damos conselhos sobre como registar os seus produtos e, por exemplo, quais as melhores estratégias de marketing. O objectivo é que essas organizações possam tomar as melhores decisões directivas», explica Pascal Richet, presidente da AVC, a única entidade do género a nível mundial, apesar de, no Estados Unidos da América existir uma associação idêntica, «mas com intuitos mais práticos».
A AVC não tem fins lucrativos e visa a troca de informação e concertação técnica. «Somos um clube de médicos veterinários que exercem consultoria e que, apesar de concorrentes, decidimo-nos juntar, não para trocar a nossa lista de clientes [risos], mas para darmos conta das novidades em orientações clínicas, legislação, regulamentação, situação do mercado, tendências, entre outras matérias que possam surgir», resume.
Cada membro da AVC é, portanto, «ele próprio um consultor e exerce profissão na área. Esta é uma forma de interagir com colegas de todo o mundo» e de, em ultima instância, «defender os interesses junto de diversas entidades governativas». Apesar do responsável não admitir que faça parte de um lobby veterinário junto das instituições europeias, Pascal Richet reconhece que a AVC tem como função «dar opiniões junto das autoridades acerca as regulamentações que saem sobre o sector. Temos grupos de trabalho, em toxicologia, eficácia, em regulamentação, qualidade de produtos, e cada um analisa as linhas estratégicas e dá pareceres não vinculativos sobre as matérias em destaque. A EMIA é um dos parceiros mais importantes da AVC», exemplifica.
O controlo apertado que foi surgindo no combate a novas epidemias, como a gripe aviária, foi uma das razões que levaram à criação desta associação. «Começaram a aparecer muitos clínicos veterinários a iniciar funções de consultoria e a procura por parte das empresas continuou a ser exponencial, embora sem um apoio sustentado. Havia necessidade de criar uma organização que os unisse. Foi esta a génese da AVC», recorda Pascal Richet, acrescentando que «todos os membros assinam, também, o Código de Ética, com o intuito de garantir que o trabalho que realizam junto dos seus clientes respeita as regras de deontologia e de não discriminação».
Critérios realistas
O principal desafio da AVC é manter um nível de exigência elevado ao nível da qualidade dos produtos veterinários que chegam ao mercado, mas que seja, ao mesmo tempo, realista. «Temos que ser práticos naquilo que defendemos, mas não podemos descurar critérios mínimos de controlo científico, segurança e eficácia», assume o presidente da AVC. A associação tem também trabalhado com empresas asiáticas e, por diversas vezes, tem «ajudado intermediários de organizações europeias que comercializam produtos chineses. Com as pandemias que chegam daquela parte do Globo, a AVC reconhece que tenta fazer um trabalho de intervenção junto de entidades orientais, «mas não interferimos com aqueles países», confessa Pascal Richet. «Só o fazemos na Europa». Não obstante, ressalva, «nunca ajudámos outras regiões do mundo, simplesmente porque nunca nos pediram».
Para mais informações sobre a Association of Veterinary Consultants (AVC), visite o site em www.avc.at.