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Parques eólicos prejudicam populações de morcegos

Parques eólicos prejudicam populações de morcegos

Não são só as aves, sobretudo as grandes rapinas, que são afectadas pelos parques eólicos. Aparentemente, os morcegos são ainda mais prejudicados por aqueles parques, concluiu um estudo canadiano publicado hoje na revista “Current Biology”.

O aproveitamento da força do vento para produzir energia está em expansão, esperando-se que no futuro venha a ser uma das formas de suprir as necessidades energéticas, substituindo o petróleo com benefícios claros para o ambiente e para o clima do planeta, informa o “Diário de Notícias”.
Mas se para as aves que se encontram próximas destes campos de aerogeradores os riscos são grandes, parece que para as populações de morcegos, cujas espécies estão quase todas ameaçadas na Europa, a situação é ainda mais grave.
Investigações realizadas em vários países têm registado mais morcegos mortos do que aves mortas junto a estes parques. Até agora, a morte de morcegos nestes espaços permanecia um mistério, isto porque a espécie possui um sistema de ecolocalização que lhe permite desviar-se dos objectos e não chocar com eles.
Contudo, a equipa de investigadores da universidade de Calgary, conduzida por Erin Baerwald, verificou que, em 90% dos casos, os animais não apresentavam ferimentos causados por embate com a estrutura ou com as pás dos aerogeradores mas sim sinais claros de hemorragias internas. Tal sugere que os morcegos foram vítimas de uma queda súbita de pressão atmosférica, o que poderia ser provocado pelas pás a girar.

Sociedade científica britânica já alertou para a necessidade de estudar melhor a localização dos parques eólicos
A ceifa que alguns parques eólicos fazem entre aves migradoras está há anos bem documentada. Um caso exemplificativo foi divulgado em 2006, pela Royal Society for the Protection of Birds (RSPB), da Grã-Bretanha, que apresentou números de aves de rapina mortas à passagem das ilhas norueguesas de Smola, localizadas a 10 quilómetros da costa noroeste daquele país.
Citada pela “BBC News”, a RSPB afirmou na altura que nos 10 meses anteriores, pelo menos, nove águias-ravalba do Norte da Europa, tinham morrido nesse parque eólico, além de todos os juvenis da mesma espécie nascidos no ano anterior.
Apesar de não colocar em causa os parques eólicos para produção de energia, em alternativa ao petróleo, no combate às alterações climáticas, a RPBS alertava para a necessidade de analisar melhor a localização destes parques, de forma a interferirem o menos possível com a vida selvagem.

 
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