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Antibióticos

OMV preocupada com venda de antibióticos para animais

farmácia Veterinária Atual

A venda de antibióticos para animais sem receita médica, na passada semana denunciada por um estudo da Deco, preocupa a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), que acredita tratar-se de um problema de saúde pública.

Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, sublinhou à Lusa que “estamos muito preocupados. É um problema global e de saúde pública” que constitui “uma infração grave”.

O estudo da Deco divulgado na passada semana mostrava que cerca de 40% das farmácias visitadas venderam antibióticos sem receita médica quando estes foram pedidos para tratar animais. Nas 100 farmácias visitadas no âmbito deste estudo, a associação de defesa do consumidor não conseguiu comprar o medicamento pretendido para tratar uma tosse de um cão em 62 casos, em 34 dos casos o antibiótico foi vendido e em 4 dos casos foi perguntado se a receita seria entregue mais tarde.

“Provavelmente, se este estudo abrangesse mais farmácias a nível rural se calhar o resultado era outro e a proporção era maior. Digo isto pelas denúncias que a Ordem tem recebido sobre a prática de alguns atos pelas farmácias, que extravasam as suas funções, nomeadamente na aplicação de vacinas e na venda de medicamentos sujeitos a receita medica, designadamente os antibióticos e anti-inflamatórios”, defende Jorge Cid.

De acordo com o bastonário da OMV é preciso sensibilizar os farmacêuticos e os médicos veterinários para a necessidade de um uso criterioso dos antibióticos, uma vez que a resistência a este tipo de medicamentos tem vindo a aumentar, colocando em risco a saúde pública.

Criação de grupo de trabalho

Neste âmbito, a OMV e a Ordem dos Farmacêuticos criaram um grupo de trabalho que irá elaborar recomendações e sensibilizar estes profissionais para uma utilização responsável dos antibióticos.

“Não se trata de falta de conhecimento da legislação [por parte dos farmacêuticos], nem da importância da saúde animal e da sua influência na saúde humana, mas a sensibilização sobre a medicina veterinária ainda não existe há muito tempo”, explica Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.

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