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Vacinação

OMV preocupada com possíveis alterações à lei que indica como proceder à vacinação da raiva

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No Dia Mundial Contra a Raiva, assinalado a 28 de setembro, a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) emitiu um comunicado em que manifesta a sua “preocupação com as alterações na legislação que podem originar graves dúvidas relativamente à forma como se deve proceder na vacinação de cães.”

“Essas alterações estão incluídas sobretudo no Aviso nº 7957/2013 de 4 de junho (D.R. 2ª série, nº1 18, de 21 de junho de 2013) que regulamenta a Vacinação Antirrábica e que passa a permitir ao médico veterinário estabelecer a periodicidade da sua administração”, refere a OMV.

As alterações eliminam, assim, a obrigatoriedade da vacinação anual para todos os canídeos, independentemente da vacina utilizada e do prazo indicado pelo respetivo fabricante, fazendo com que a validade da mesma passe a depender da vacina aplicada, que pode ir até aos três anos.

Segundo o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, “a questão é de tal forma importante que deveria ter sido discutida no seio da classe médico-veterinária antes de ser implementada. Há muitos detentores de canídeos, sobretudo na província, que apenas vão ao médico veterinário aquando da vacinação da raiva com os inconvenientes inerentes, nomeadamente a sensibilização para desparasitação e deteção de outras doenças como as zoonoses. A não obrigação da visita anual para a vacinação antirrábica poderá assim trazer problemas acessórios”.

A vacinação antirrábica é obrigatória em Portugal há várias décadas e nos anos 60 a doença foi dada como erradicada, o que segundo a OMV é revelador da importância da vacina para a “manutenção deste estatuto e em prol da saúde pública”.

“A raiva continua a ser endémica em muitas zonas do planeta. Só em 2015 foram registadas cerca de 70 000 mortes em todo o mundo, sendo que a população infantil (menores de 15 anos) é a mais afetada. Casos de raiva ocorrem sobretudo nos países africanos onde as condições de vida ainda são muito precárias, não existindo campanhas de vacinação regular nem os meios eficazes para combater qualquer surto”, acrescenta.

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