Uma norte-americana viu as suas mãos e pernas serem amputadas depois de ter contraído uma infeção grave e rara pela bactéria capnocytophaga canimorsus, que lhe foi transmitida pelo seu cão. De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, 74% dos cães possuem esta bactéria responsável pela infeção, contudo, não existe motivo de alarme, uma vez que “é extremamente raro” ser transmitida a seres humanos.
O caso aconteceu no estado de Ohio, quando Marie Trainer contraiu uma infeção devido a esta bactéria que acabou por progredir para sépsis e se alastrou para o resto do corpo, o que acabou por levar à necessidade de amputar ambas as mãos e pernas. De acordo com os médicos da paciente, a infeção foi contraída através da capnocytophaga canimorsus, transmitida por uma lambidela do seu pastor alemão numa ferida exposta. A americana já fez oito cirurgias e terá de utilizar próteses em todos os membros.
O alarmismo que a notícia está a causar já levou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA a explicar que “é extremamente raro” esta bactéria ser transmitida a seres humanos, mas, quando isso acontece, é geralmente através de mordidas, arranhões ou outro tipo de contacto próximo com cães e gatos, sobretudo em pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos, como é o caso dos pacientes oncológicos.
De acordo com Margaret Kobe, diretora clínica do Hospital Aultman, em Ohio, que tratou a paciente, “[a causa] foi difícil de identificar, somos uma espécie de detetives. Passamos por todos os diagnósticos até podermos restringir as possibilidades. A família procurou uma segunda opinião, na esperança de salvar os membros de Trainer. Mas os médicos disseram que o dano já tinha sido feito. Os exames de sangue confirmaram o diagnóstico de Capnocytophaga“.
Quando nos devemos preocupar com uma mordida (ou lambidela) de um cão?
Com o objetivo de tranquilizar a população em relação à transmissão de bactérias potencialmente mortíferas de cães para humanos, a publicação Popular Science publicou um artigo em que lembra que casos como o que acaba de ocorrer no Ohio não são comuns.
“Na grande maioria das vezes, nada de terrível pode acontecer se tivermos contacto com um cão, mesmo se ele nos der uma pequena mordidela. Mas, se a mordida romper a pele, deve consultar um médico. As infeções graves podem ser raras, mas a prevenção é essencial para manter essa taxa baixa”, explica.