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Ministra da Saúde anuncia novas USF a partir do próximo ano

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A ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou, hoje, a criação, para 2009, de novas unidades prestadoras de cuidados para os utentes que não se encontram inscritos nas Unidades de Saúde Familiares (USF).

Este anúncio surge no âmbito das comemorações do segundo aniversário do início de actividade das primeiras quatro USF, a de Nascente (Centro de Saúde de Rio Tinto, em Gondomar), a de Valongo e a de São João do Sobrado (Centro de Saúde de Valongo) e a USF de Condeixa (Centro de Saúde de Condeixa).
A responsável da tutela, em declarações à “Lusa” e citada pelo “Diário Digital”, reconheceu a «elevada complexidade» da reforma em curso nos cuidados de saúde primários, a qual foi «desenvolvida apesar de vários constrangimentos, nomeadamente de recursos humanos». Ainda assim, para a ministra, «os objectivos atingidos até agora são seguramente satisfatórios».
Desde que as primeiras USF foram criadas (Setembro de 2006), Ana Jorge estima a criação de 141, que permitiu «atribuir médico de família a cerca de 190 mil utentes que estavam a descoberto, num universo de quase dois milhões de portugueses abrangidos».
O Ministério da Saúde (MS) promete chegar, até ao final do ano, com mais do que as 150 USF inicialmente estimadas e, para o próximo ano, a meta a atingir serão as 250 unidades.
A tutela pretende ainda arranjar uma solução para os centros de saúde que não aderiram ao modelo das USF, uma situação que gerou algumas críticas.
Neste contexto, o Governo salienta que «a reforma dos cuidados de saúde primários, de forma a garantir a mesma qualidade e equidade de acesso a todos os utentes, não se esgota nas USF».
Para melhorar o acesso, a ministra refere que serão criadas as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados nos centros de saúde que não aderiram ao modelo USF. Na prática, estes centros irão começar a funcionar com um modelo semelhante aos da USF, não por iniciativa dos profissionais de saúde, mas sim pela sua direcção.

Reforma leva a que «uns tenham tudo e outros nada», critica bastonária da OE
Apesar de as USF terem permitido atribuir médicos de família a um maior número de utentes, as críticas ao projecto não deixam de se fazer sentir, havendo mesmo profissionais a querer abandoná-lo.
Segundo o “Correio da Manhã”, o balanço dos profissionais envolvidos é «positivo», sendo o principal benefício o facto de existirem mais doentes com médico de família.
Contudo, a iniciativa é também bastante criticada. Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), há sinais de descontentamento entre os profissionais de saúde envolvidos, e alguns médicos mostram mesmo a intenção de abandonar o projecto.
Pedro Nunes salienta a existência de profissionais de saúde a sentir-se defraudados com o modelo e com a falta de compensação financeira.
Em adição, o bastonário não deixa de frisar a existência de condições díspares para os médicos e doentes envolvidos nas USF e nos modelos que não aderiram a esta reforma.
Já para a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), Maria Augusta Sousa, o balanço dos últimos dois anos das USF é «bastante positivo», no que diz respeito aos «cuidados de proximidade».
Contudo, a bastonária critica que a reforma tenha conduzido a que «uns tenham tudo e outros nada», no que diz respeito aos centros de saúde com e sem modelo organizativo USF.
Por seu turno, o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, admite a legitimidade de algumas críticas, mas acredita que as mesmas fazem parte da impossibilidade de avançar “à velocidade ideal” com uma reforma deste tipo.

 
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