Dois cientistas estão a alertar a comunidade científica para o erro de usar suplementos de lisina para tratar casos de herpes vírus felino, o agente causador da rinotranqueíte felina, infeção do trato respiratório. De acordo com os cientistas, a lisina não traz qualquer benefício no tratamento da doença e é “ineficaz”.
Os resultados foram publicados no final de 2015 na publicação online BMC Veterinary Research e começam por fazer uma revisão aos estudos já publicados por outros cientistas e que indicam que a suplementação à base de lisina pode ter benefícios no tratamento da doença.
O estudo agora publicado refuta essa premissa e indica que não existe “absolutamente nenhuma evidência de que a lisina seja eficaz em gatos”, explicando que a recomendação de suplementos à base do aminoácido terá começado em tratamentos para humanos.
De acordo com os cientistas, apesar da falta de evidências que provem os seus benefícios, “mais de 90% dos veterinários recomendam-na”. Mas os autores pedem que parem de o fazer. Os investigadores referem que o fator de que todos se esquecem ao logo do tempo, razão pela qual a comunidade científica continua a acreditar na eficácia da lisina.
“Quando as pessoas levam os seus gatos às clínicas, os sintomas são bastante severos e por isso é-lhes prescrito lisina. Ao longo do tempo, com ou sem tratamento, os sintomas irão melhorar. Quando se dá lisina aos gatos os sintomas irão melhorar. Mas será que é por causa da lisina? Não existe nenhuma forma de dizer que é por causa da lisina”, defendem.