Um grupo de investigadores identificou um caso de leishmaniose, provocado por protozoários de Leishmania infantum, num furão doméstico em Espanha que apresentava lesões numa orelha.
O caso clínico foi publicado na revista Veterinary Parasitology e é o resultado da colaboração de diferentes grupos de investigação, entre outras, da Universidade de Barcelona e da Universidade de Saragoça.
Segundo o estudo, o furão de quatro anos chegou ao centro com uma lesão papular na orelha direita, cuja origem foi diagnosticada como dermatite pigogranulomatosa crónica a partir de um exame histopatológico.
Durante a cultura, os veterinários recolheram amostras da lesão e identificaram macrófagos e células gigantes multinucleadas, nas quais foram detetadas microrganismos compatíveis com Leishmaniae histoplasma.
A infeção por L. infantum foi diagnosticada através da análise genética por PCR (reação em cadeia da polimerase) e os veterinários encontraram anticorpos contra Leishmania através de outros testes.
Segundo os autores, este é o primeiro diagnóstico e isolamento de L. infantum num furão doméstico que foi infetado naturalmente numa região endémica. Com base na descoberta, consideram que os furões devem ser incluídos como potenciais “reservatórios” de L. infantum e defendem que pesquisas futuras devem examinar o papel epidemiológico dos furões na infeção.
A leishmaniose está em segundo lugar na lista da Organização Mundial de Saúde de doenças protozoárias que provocam o aumento da mortalidade humana, estimando-se que aproximadamente 350 milhões de pessoas estejam em risco de infeção por leishmaniose e que 12 milhões estejam infetadas. Os cães são considerados o principal “reservatório” de Leishmania.