O novo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, publicou no final da semana passada um decreto relativo à imigração que prevê um controlo reforçado nas fronteiras para impedir a entrada de “terroristas islâmicos radicais”. Esta lei discriminatória suspende, por pelo menos 30 dias, a emissão de vistos para os cidadãos de sete países muçulmanos – Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen – e está a impedir a entrada no país de cidadãos residentes nos EUA há vários anos.
A cirurgiã veterinária Hamaseh Tayar foi uma das ‘vítimas’ desta medida e deveria passar por Nova Iorque este fim-de-semana, no regresso de uma férias na Costa Rica, com destino a Glasgow, na Escócia, onde exerce a sua atividade.
De acordo com a BBC, a cirurgiã veterinária foi impedida de entrar nos EUA depois de umas férias na Costa Rica por possuir um passaporte iraniano. A médica veterinária deveria viajar da Costa Rica com escala em Nova Iorque, mas foi impedida.
Assim, a médica veterinária foi forçada a voar de San José, na Costa Rica, para Madrid, e de Madrid para Londres e de Londres para Glasgow, por 2600 libras, um valor que conseguiu angariar online depois de uma onda de indignação.
Este decreto anti-imigração já abriu duas crises no país – tanto a nível constitucional, como no seio do Partido Republicano – e, de acordo com a imprensa internacional, está a ser contestada por procuradores-gerais de 16 estados norte-americanos que a consideram “inconstitucional”.
“Condenamos inconstitucional e antiamericana o decreto executivo do Presidente Trump e vamos trabalhar para garantir que o governo federal obedece à Constituição, respeita a nossa história de nação fundada sobre a imigração e não visa ninguém apenas por causa da sua nacionalidade ou da sua fé ”, defendem os procuradores-gerais num comunicado divulgado no fim-de-semana.
Entre os 16 procuradores-gerais que aderiram a esta declaração encontram-se os representantes de Nova Iorque, Illinois, Washington, Califórnia e Massachusetts.