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Investigadores portugueses descobrem nova profilaxia contra malária

Investigadores portugueses descobrem nova profilaxia contra malária

Uma equipa liderada por Maria Mota, do Instituto de Medicina Molecular, e investigadores da empresa portuguesa de biotecnologia Alfama descobriram que uma substância presente na soja inibe a propagação da infecção do parasita da malária no fígado, em ratinhos de laboratório.

De acordo com o “Diário de Notícias”, a ideia joga pela simplicidade e surgiu em conversa, quando o grupo de Maria Mota, do Instituto de Medicina Molecular (IMM), e outros investigadores da empresa de biotecnologia Alfama preparavam a submissão de uma patente.
Posteriormente, decidiram testar a ideia em ratinhos de laboratório e, para surpresa da equipa, a hipótese funcionou.
Descobriram assim uma nova estratégia, «simples e barata», de profilaxia contra a malária, utilizando uma substância chamada genisteína, presente na soja e que pode ser usada como suplemento alimentar sem qualquer risco de toxicidade.
«O próximo passo é fazer ensaios de campo, em colaboração com o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça, perto de Maputo», avançou ao “DN” Maria Mota, referindo que ainda não há uma data concreta.
«Primeiro precisamos de angariar fundos, em colaboração com a Alfama, e é nessa fase que estamos agora», explicou a autora do estudo que é publicado hoje na revista “PLos ONE”.
Em 2003, o grupo de Maria Mota descobriu que uma determinada molécula da família das quinases, que existe nas células do fígado do hospedeiro, é importante para o desenvolvimento do parasita da malária, (o plasmodium falciparum), nessas células.
Além disso, sabia-se que aquela família de moléculas é inibida pela genisteína, da soja. «Lembrámo-nos de juntar as duas coisas e decidimos ver o que dava», contou a investigadora.
Os resultados mostram que a genisteína inibe a fase de infecção nas células do fígado, «com uma eficácia entre 50 e 80%», adiantou Maria Mota, salientando que «a administração profiláctica como suplemento alimentar a populações de regiões onde a malária é endémica pode ter um grande impacto na saúde dessas populações».
«Este tipo de estudo, e o apoio que lhe damos, é um exemplo de como doenças que afectam sobretudo populações pobres podem ter interesse para a Indústria», concluiu o líder da Alfama, Arantes Oliveira.

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