Um desses grupos foi liderado por Felisbina Queiroga, investigadora da Universidade de Vila Real que estuda há dez anos o cancro de mama nos animais domésticos, procurando modelos comparativos com as mulheres.
Segundo a investigadora “é consensual que as cadelas constituem um bom modelo para o estudo dos tumores de mama da mulher”. De acordo com a investigadora isso deve-se ao facto de ambos serem tumores hormonodependentes, surgirem em idades muito semelhantes (maioritariamente a partir dos sete anos na cadela, que corresponde a 40 anos na mulher) e de apresentarem vias de metastização análogas (a presença de metastização nos gânglios linfáticos regionais é determinante para o evoluir desfavorável da doença, tal como acontece na mulher).
Outro dos aspetos destacados pela responsável e que explicam a vantagem deste estudo é o facto de, ao tratar a cadela com determinado medicamento, se poder avaliar o seu efeito em menos tempo, comparativamente ao seu uso na mulher.
Felisbina Queiroga ganhou recentemente o Prémio Pfizer Ciências Veterinárias 2001 e refere que “se a nossa investigação melhorar a qualidade de vida dos animais mesmo que não se possa almejar, para já, a cura, então darei por bem aplicado todo o tempo que despendemos no estudo desta doença”.