Um estudo recentemente publicado na revista científica Science Translational Medicine revela que integrar cães com doenças oncológicas em estudos científicos pode ajudar a acelerar avanços no desenvolvimento de tratamentos para o cancro em pessoas e em animais de estimação, uma área conhecida como oncologia comparativa.
A investigação foi desenvolvida pelo Institute of Medicine (IOM) da National Academy of Science e tem como objetivo ajudar “a desenvolver e acelerar a agenda do campo da oncologia comparativa. Muitas raças caninas desenvolvem cancros que ocorrem de forma natural, como cancro da mama e melanoma, que partilham semelhanças genéticas significativas com o equivalente humano. Isto oferece-nos uma oportunidade única de usarmos aquilo que aprendemos com os humanos para ajudar os cães e aquilo que aprendemos com os cães para ajudar os pacientes humanos com estes cancros”.
Chand Khanna, um dos responsáveis pelo estudo, refere que “fortes semelhanças entre a biologia do cancro em cães e humanos já foram demonstradas, incluindo padrões de resposta para terapias e para a repetição cancro. Alguns tipos específicos de cancro são funcionalmente idênticos entre cães e humanos e em alguns casos podem ser considerados indistinguíveis entre espécies”.
De acordo com os autores do estudo, o valor da oncologia comparativa está também no facto de poder ajudar a poupar tempo, custos e riscos para os pacientes, uma vez que permite determinar desde logo que ensaios clínicos devem ser descontinuados.
Além disso, o estudo reforça que as escolas de medicina veterinária são as entidades melhor posicionadas para recrutar e gerir de forma bem-sucedida os pacientes caninos para estes estudos de oncologia comparativa e indica que os sucessos verificados no tratamento a cancros humanos devem ser estendidos a ensaios clínicos realizados em pacientes caninos.