Um grupo de investigadores conseguiu identificar os ‘percursos genéticos’ responsáveis pela exacerbação do distúrbio obsessivo-compulsivo em cães da raça Doberman Pinscher. Os resultados foram publicados na revista científica International Journal of Applied Research in Veterinary Medicine e mostram que nos cães os sintomas da doença incluem a perseguição repetitiva da cauda e o asseio excessivo.
Segundo Edward Ginns, professor de psiquiatria e neurologia e um dos autores do estudo, explica que “o distúrbio obsessivo-compulsivo canino partilha características comportamentais, respostas farmacológicas e homologia cerebral estrutural com o distúrbio obsessivo-compulsivo em humanos, sendo por isso expectável que seja um importante modelo.”
Os investigadores compararam a sequenciação genómica de 70 cães Doberman Pinscher de forma a conseguirem perceber que fatores exacerbam os sintomas da doença. Foram identificadas duas localizações/posições específicas de um gene em cromossomas que se revelaram fortemente correlacionados com o distúrbio obsessivo-compulsivo severo.
De acordo com os investigadores, “a localização (locus) mais fortemente associada com o distúrbio obsessivo-compulsivo severo foi encontrada no cromossoma 34, uma região que contém três genes recetores de serotonina”.
“Isto é particularmente significativo porque os fármacos que funcionam no sistema de serotonina são o tratamento mais comum para a doença em humanos, o que demonstra que existe correlação entre modelos humanos e animais”, revelam os autores do estudo.
Outra das localizações correlacionadas com a doença foi encontrada no cromossoma 11, o mesmo cromossoma que contém um gene que se pensa aumentar o risco de esquizofrenia em humanos.